Numa cerimónia que teve lugar ontem, no Palácio de Santos, na Embaixada de França em Lisboa, as insígnias de Comendador das Artes e das Letras, a mais alta distinção cultural atribuída pelo Ministério da Cultura francês, foi entregue à escritora portuguesa Lídia Jorge pela Embaixadora francesa, Hélène Farnaud-Defromont.
As insígnias de Comendador das Artes e das Letras reconhece a profundidade e sensibilidade de uma obra que ressoa na memória portuguesa e no seu eco europeu. Autora de romances marcantes como “O Dia dos Prodígios”, “A Costa dos Murmúrios”, “O Vale da Paixão” e “Os Memoráveis”, Lídia Jorge tem sido uma voz incontornável na literatura contemporânea, destaca a publicação.
Em 2023, a escritora venceu o Prémio Médicis Étranger, com o romance “Misericórdia” (2022), consagrando-se assim como a primeira autora de língua portuguesa a ser distinguida com o galardão, criado em França em 1970.
Nascida há 75 anos em Boliqueime, no Algarve, Lídia Jorge estreou-se em 1980 com o romance “O Dia dos Prodígios”. Mas, além de inúmeros romances, da sua bibliografia fazem igualmente parte coletâneas de contos, obras de literatura infantil, de ensaio, de teatro, de poesia e de crónicas.
Lídia Jorge recebeu vários prémios literários portugueses e internacionais, entre os quais o Prémio FIL de literatura em Línguas Românicas em 2020, de Guadalajara, um dos mais importantes da América Latina.
A Universidade de Massachussets, nos Estados Unidos, inaugurou a 05 de abril a Cátedra Lídia Jorge, dedicada ao estudo da obra da escritora portuguesa, juntando-se a uma cátedra criada em setembro de 2021 na Universidade de Genebra, na Suíça.
Lídia Jorge é também, desde março de 2021, membro do Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República português.