Encontros da Imagem Encontros da Imagem Encontros da Imagem Encontros da Imagem Home Cultura Emigração “a salto” com fotografias de Gérald Bloncourt em destaque nos Encontros da Imagem_LusoJornal·21 Setembro, 2025Cultura Este mês de setembro arrancou a 35ª edição dos Encontros da Imagem – Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais, um dos eventos culturais, com epicentro em Braga, mais importantes de Portugal. Sob o mote “Manifestação de Interesse” e com direção artística de Vítor Nieves, a 35ª edição dos Encontros da Imagem, que ao longo de três décadas e meia junta autores clássicos, consolidados e emergentes, do panorama local ao nacional e internacional, num programa que procura refletir a contemporaneidade, o mundo e a sociedade que nos rodeiam, mostra este ano trabalhos de mais de 350 artistas. Entre as exposições, destaca-se “A emigração portuguesa a salto”, com imagens de Gérald Bloncourt, saudoso fotógrafo que imortalizou a emigração portuguesa em França nos anos 60 e 70, e curadoria do historiador da diáspora Daniel Bastos. Inaugurada esta sexta-feira, dia 19 de setembro, no espaço exterior do Arquivo Municipal de Braga, a exposição, patente ao público até ao início de novembro, exibe cerca de duas dezenas de fotografias de grande formato. Oferecendo um testemunho visual impactante sobre a pobreza a todos os níveis da ditadura salazarista, a viagem “a salto”, isto é, de forma ilegal, dos emigrantes além-Pirenéus, e as condições miseráveis de alojamento dos “filhos dos grandes descobridores” nos bairros de lata, conhecidos como “bidonvilles”, nos arredores de Paris. No texto de curadoria, o historiador Daniel Bastos, autor de obras de referência sobre o espólio do fotojornalista franco-haitiano, sustenta que “numa época em que Portugal, tradicionalmente país de emigração, tem assistido a um incremento de fluxos de imigrantes, a expressividade das imagens a preto-branco de Gérald Bloncourt, ao evocarem a miséria rural e a ausência de liberdade, que impeliram nos anos 60 e 70, a saída maioritariamente clandestina, de mais de um milhão de portugueses em direção a França, sussurram um dever de memória para com todos que demandam além-fronteiras o direito a uma vida melhor”.