Emigrantes em França preocupados com greve dos motoristas

A afluência aos postos de combustível em Vila Real tem aumentado com a proximidade da greve dos motoristas, marcada para segunda-feira, e as filas são engrossadas com os muitos emigrantes que estão de férias no território.

A três dias da greve convocada por tempo indeterminado, alguns automobilistas abastecem em Trás-os-Montes por necessidade imediata e outros por precaução.

“Abasteci porque preciso, mas já estou com medo da greve porque temos que ir embora no meio da próxima semana e não sei o que esta greve vai dar”, afirmou Maria Irene à agência Lusa.

Esta emigrante em França disse estar “muito preocupada” com as notícias e até já decidiu “anular” todas as voltas que tinha previsto dar em Portugal e permanecer “quietinha” na aldeia de Paredes do Pinhão até regressar ao país onde vive.

Encheu o depósito todo para “estar mais segura” e reconheceu estar surpreendida com a fila que encontrou no posto de combustível de um supermercado.

“Nunca tinha visto isto em Portugal. O que será quando chegar o dia dela”, questionou.

Emigrante em França, Jacinto Moura meteu combustível porque estava mesmo a precisar e disse não estar “nada preocupado” com a greve.

“Estou habituado a isto. No estrangeiro estamos habitados a isto. Em França, a cada passo há estas greves assim, por isso, isto não muda em nada o nosso dia a dia”, referiu.

Nuno Vieira, responsável pelo posto de abastecimento daquele supermercado, disse à Lusa que a afluência de automobilistas tem aumentado muito nos últimos dias e que as “filas se têm mantido quase a semana toda”.

“No mês de agosto já costumamos ter mais afluência por causa da época e do regresso dos emigrantes, mais agora com a agravante do pré-aviso de greve. As pessoas estão a precaver-se caso ela vá para a frente”, salientou.

Nuno Vieira disse que tem notado que as pessoas “andam um pouco assustadas” porque “pensam que pode acabar o combustível”, mas lembrou que os “serviços mínimos estão garantidos” e que, para Vila Real, estão previstos três locais destinados à REPA – Rede de Emergência de Postos de Abastecimento .

A greve que se inicia na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que acusam a associação patronal Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

O Governo decretou na quarta-feira serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas de mercadorias, bem como o estado de emergência energética.

 

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LusoJornal