Emmanuel Macron vai a Portugal discutir sobre interconexões energéticas

Emmanuel Macron vai amanhã a Lisboa para uma cimeira sobre interconexões energéticas. A reunião vai sentar à mesma mesa o Primeiro Ministro português, António Costa; o Presidente francês, Emmanuel Macron; o Chefe do Governo espanhol, Pedro Sanchéz; o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e a Vice-Presidente do Banco Europeu do Investimento, Emma Navarro.

A União Europeia definiu o objetivo de 10% de interligações até 2020 e de 15% até 2030, mas o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, diz que por enquanto está nos 3%. A última cimeira sobre interligações energéticas aconteceu em Madrid, em 2015.

“Nós, ao nível da União Europeia, estamos envolvidos na construção do chamado mercado único europeu, o que significa também construir uma importante dimensão, a do mercado europeu da energia”, disse à Lusa Augusto Santos Silva.

Para tal, “é necessário que a condição atual da Península Ibérica, que é uma espécie de ilha energética na Europa, seja corrigida e ultrapassada”, indicou. Atualmente, a conectividade de Portugal e Espanha com o resto da Europa “é muito diminuta”.

“O nosso objetivo de melhorar as interconexões no domínio da energia no âmbito europeu é de procurar chegar a pelo menos 10%. Atualmente, o nível de interconexões da Península Ibérica com o resto da Europa está abaixo dos 3%. É preciso corrigir esta situação”, explicou Santos Silva.

O Ministro advertiu que “antes de se decidir que vias técnicas serão seguidas, é preciso que os três países e a Comissão Europeia se entendam sobre a necessidade de aumentar significativamente o nível de interconexão”.

“Estamos a falar de energia elétrica, designadamente a que é produzida a partir de fontes não renováveis”, afirmou o Ministro, acrescentando: “Não queremos isso, queremos que seja cada vez mais produzida a partir de fontes renováveis – no nosso caso significa a água, o vento e o sol”.

O “mais importante”, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa, é que uma maior interconexão energética com a Europa permitirá a Portugal exportar a eletricidade produzida a partir destas fontes. “Para que a capacidade instalada que temos seja plenamente aproveitada, é preciso que tenhamos capacidade de exportação e para isso é preciso que a eletricidade chegue ao resto da Europa”, afirmou Santos Silva, recordando que em março Portugal já produziu acima da capacidade de consumo.

Já o Embaixador de Portugal em Paris, Jorge Torres Pereira, tinha dito ao LusoJornal que a interconexão energética é um dos principais assuntos que tem pendentes com a França.

 

 

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