Lusa | Tiago Petinga

Estoril Open: Franceses Gaël Monfils e Arthur Fils eliminaram tenistas portugueses


Faltou um pouco de experiência para que o tenista português Henrique Rocha tivesse eliminado o francês Gaël Monfils (na foto) na primeira ronda do Estoril Open, que decorre até domingo no Clube de Ténis do Estoril. Mas o francês acabou por ganhar e passar à fase seguinte do torneio.

“Acho que fiz um bom encontro. O Gaël soube jogar melhor nos momentos decisivos. O meu serviço também não esteve ao melhor nível, acho que foi isso o que fez mais diferença, e ele soube jogar com isso e de facto foi melhor. Acho que me faltou experiência ao longo de todo o encontro e isso fez diferença. Na questão do serviço, se tivesse um bocadinho de mais experiência, podia ter sido diferente”, defendeu o portuense.

Com 37 anos, Gaël Monfils tem 18 anos mais do que Henrique Rocha e bem mais experiência, até por já ter sido o número seis do ranking mundial (agora é 45°). O jogo ficou por um duplo 7-5, e durou 1h43.

O sempre espetacular Monfils – ainda presenteou a plateia com um dos seus ‘smashes’ em suspensão – deu lugar, sobretudo nos momentos decisivos, a um mais controlado tenista, aproveitando a sua experiência para dar a iniciativa a Rocha, que ia intercalando ‘winners’ com alguns erros.

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João Sousa perder com Arthur Fils e… aposentou-se

Também João Sousa, o melhor tenista português de sempre, encerrou a sua carreira em singulares, ao perder na primeira ronda do Estoril Open com o francês Arthur Fils, em dois sets.

No court central do Clube de Ténis do Estoril, o vimaranense de 35 anos, que recebeu um convite da organização para disputar o único torneio ATP português, foi derrotado pelo 37º jogador mundial pelos parciais de 7-5 e 6-4, em 1h50.

Único tenista nacional a conquistar títulos ATP (quatro), entre os quais o Estoril Open de 2018, João Sousa deu por encerrada a carreira de singulares, na qual alcançou o 28º lugar do ranking mundial, o melhor registo de sempre de um jogador luso.

Há 32 anos, quando brincava com uma raqueta quase do tamanho dos seus três anos, enquanto o pai e tenista amador Armando Marinho de Sousa jogava no Clube de Ténis de Guimarães, era impossível prever a missão e os feitos históricos que estavam reservados ao então petiz João Sousa, o mais velho de dois irmãos.

O ténis passou a fazer parte regular da vida do vimaranense aos sete anos e o primeiro título surgiu com a vitória no Campeonato Nacional de sub-12, ao bater na final Gastão Elias. Desde então, os triunfos sucederam-se amiúde e a paixão pela modalidade levou-o a convencer o pai, juiz de profissão, e a mãe Adelaide a permitir a mudança, aos 15 anos, para a BTT Tennis Academy, em Barcelona.

Depois de ter optado pelo ténis em detrimento do futebol, modalidade que chegou a praticar no Vitória de Guimarães até aos 14 anos, e de um curso de medicina, área em que ambicionava formar-se, ‘Joey’ tornou-se profissional das raquetas em 2007, seguindo o exemplo do seu ídolo de infância, o espanhol Juan Carlos Ferrero.

Em 17 anos, o poliglota português (além da língua materna, fala inglês, francês, castelhano, catalão e italiano) somou conquistas atrás de conquistas e escreveu história sem par no ténis nacional – um historial, que juntamente com as suas origens, lhe valeu o cognome de ‘conquistador’.

Apesar do ‘calvário’ de lesões nos últimos anos, o sempre combativo – às vezes, até explosivo -, e educado João Sousa jamais deixou de acreditar, nunca baixou os braços, nem a intensidade no trabalho dedicado para tentar ser o melhor dentro de um ‘court’ de ténis, onde chegou a defrontar os lendários Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, número um mundial, entre muitas outras estrelas do ténis mundial.

Aos 35 anos, encerrou a carreira profissional em singulares ao mais alto nível, depois de se ter tornado num exemplo para várias gerações e ter aberto as portas aos jovens tenistas portugueses, que ao longo dos anos foi acolhendo enquanto timoneiro da Seleção nacional da Taça Davis.

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Franceses também eliminaram portugueses nos pares

Também os tenistas portugueses Nuno Borges e Francisco Cabral, Campeões em 2022, foram eliminados na primeira ronda de pares, ao perderem com os franceses Sadio Doumbia e Fabien Reboul, segundos cabeças de série.

A dupla portuguesa foi derrotada pelos gauleses, por 7-6 (7-5), 3-6 e 10-7, em uma hora e 54 minutos, não conseguindo reeditar o êxito de 2022 no Clube de Ténis do Estoril.

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