LusoJornal | Carlos Pereira

Exposição de Luís Rodrigues foi inaugurada no ‘Château’ de Morsang-sur-Orge

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Foi inaugurada no sábado passado, no Château de Morsang, em Morsang-sur-Orge (91), a exposição de pintura “Saisons” do artista português radicado em França desde os anos 70, Luís Rodrigues. A exposição apresenta 106 obras do artista, nos salões do Château de Morsang, mas também em mais dois espaços do parque: o Espace Culturel Lounès-Matoub e a Orangerie.

“A nossa equipa foi eleita há 2 anos e quando fomos eleitos constatámos que a cidade tinha uma grande carência de atratividade e de abertura ao mundo” explica a Maire Marianne Duranton ao LusoJornal. Esta exposição de Luís Rodrigues é pois o primeiro grande evento cultural organizado na cidade depois da pandemia.

Luís Rodrigues mora na cidade vizinha de Savigny-sur-Orge e passou grande parte do confinamento neste parque. “Ele inspirou-se muito da natureza do parque e quis oferecer-nos aquilo que recebeu do parque” explica Marianne Duranton.

“Uma das particularidades da cidade é que foi dirigida durante 70 anos pela mesma família política [ndr: Partido Comunista]. Nós fomos eleitos para abrir a cidade ao mundo e a nossa Conselheira municipal Sylvie da Paixão tem precisamente esse pelouro, o da abertura da cidade ao mundo” conta a Maire da cidade. “Eu costumo dizer que esta era uma cidade como uma Princesa Adormecida, estava precisamente adormecida. E eu sou o Príncipe Encantado que vai acordar esta cidade ou esta Princesa” sorriu.

Foi precisamente no Château de Morsang que Luís Rodrigues fez a sua última exposição, há cerca de 20 anos, no “departamento 91” onde vive desde os anos 70, quando saiu de Portugal. “Eu vivo a 1 km daqui. O meu atelier é relativamente perto deste parque e durante o confinamento eu vinha desenhar aqui. Foi aqui que esta exposição nasceu” conta Luís Rodrigues ao LusoJornal.

Desengane-se quem espera ver uma exposição sobre as quatro estações do ano. “Eu só pinto os meus sentimentos, aquilo que ressinto” diz o artista “e conheço este parque há cerca de 40 anos”. Por isso, explica que não há a cronologia das quatro estações – primavera, verão, outono e inverno. “Como três quartos do trabalho que aqui apresento são sobre árvores, essa foi a razão pela qual lhe dei este nome”.

O antigo Deputado eleito pelo círculo da Europa e antigo Secretário de Estado das Comunidades Carlos Gonçalves marcou presença na inauguração da exposição, convidado especial de Luís Rodrigues. “Conheço o Luís Rodrigues há cerca de 30 anos. Isto não faz de nós muito jovens” sorri. “É extraordinário acompanhar o seu percurso, a sua reputação não só em França, nem em Portugal, mas também no plano internacional”.

Carlos Gonçalves falou da vinda do artista para França, “por razões familiares ligadas à política no momento em que Portugal conhecia uma ditadura” e garante que “a França deu-lhe uma segunda chance, como a muitos outros portugueses”.

O discurso de Luís Rodrigues foi interrompido pela emoção, quando falou das suas origens portuguesas e da influência de Portugal no seu trabalho.

“Claro que gostava que esta exposição fosse a Portugal” afirma Luís Rodrigues, mas por enquanto não está nada previsto. “Torres Novas, Loulé, Braga e Porto já acolheram 4 grandes exposições sobre o meu trabalho, há mais de 6 anos. Atualmente não há programa nenhum”.

Por enquanto, a exposição está patente ao público até dia 22 de maio em Morsang-sur-Orge, esta “cidade magnífica” que, como diz a Maire Marianne Duranton, “temos uma sorte extraordinária de ter um castelo magnífico, num parque magnífico”.

“Estar a 15 km de Paris e ter um parque de 20 hectares é fabuloso” afirma Marianne Duranton. “Esta cidade é magnífica porque tem uma grande história, que um centro histórico da cidade que se construiu à volta deste castelo, tem bairros fabulosos e há muito talento aqui”.

Sylvie da Paixão Alves confirma que Morsang-sur-Orge “é uma cidade com muita história, com muita natureza, tem uma área mais rural e uma parte com mais vida. Temos muitos sítios históricos, e este parque é muito bom para passear, andar de bicicleta, fazer desporto…”

A Maire da cidade diz que “temos uma forte Comunidade portuguesa, como em muitas outras cidades dos arredores de Paris e estes Portugueses não se sentem necessariamente reconhecidos” por isso quer dar-lhes mais atenção, com esta exposição de Luís Rodrigues e com um concerto com a cantora portuguesa de Morsang-sur-Orge, Helena Correia, em novembro.

A Conselheira municipal com o pelouro da “Abertura ao Mundo” nasceu em França há quase 44 anos e mora em Morsang desde 2001. Sylvie da Paixão Alves tem origens na Guarda, mais propriamente em Santa Ana da Azinha “e orgulho-me muito das minhas origens”.

A Conselheira municipal já impulsionou a criação de uma associação franco-portuguesa na cidade, que prevê “organizar viagens para as pessoas descobrirem a nossa cultura, o nosso país, as nossas ilhas, a nossa gastronomia”.

Por seu lado Marianne Duranton confirma que gostava de ter uma geminação com uma localidade portuguesa. “Queremos estabelecer uma parceria com uma cidade portuguesa, ainda não sabemos qual, aliás abrimos aqui as candidaturas para quem quiser” diz ao LusoJornal a sorrir. “Queremos criar laços privilegiados com Portugal, como com outros países, mas em particularmente com Portugal”.

 

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