Exposição “Obras de Capa” de Ismaël Sequeira continua na Casa de Portugal até 26 de agosto

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Continua patente ao público, até dia 26 de agosto, na Cada de Portugal André de Gouveia, na Cité Internationale Universitaire de Paris, uma exposição com pinturas de Ismaël Sequeira, intitulada “Obras de Capa”, coorganizada pela Descendências Magazine e pela Associação Internacional dos Lusodescendentes (AILD).

O projeto expositivo que nasceu da ideia original de representar na capa da Descendências Magazine, 12 quadros, ao longo de 12 meses de edições, é, desta vez, dedicado à obra do artista plástico santomense Ismaël Sequeira.

“A AILD é a Associação internacional dos lusodescendentes e esta é uma iniciativa que nós coorganizamos com a Descendências Magazine. Temos um Diretor em comum – o Diretor criativo, de design e criação da AILD também é o Diretor da Descendências Magazine – e ele teve a ideia de convidar um artista plástico para fazer as imagens de capa da revista” explicou ao LusoJornal Andrea Dias, da Delegação da França da associação. “A ideia era uma coisa simples, depois partiu para um desafio muito mais interessante, já a nível internacional, que era de fazer uma exposição itinerante com estas obras”.

No dia da inauguração oficial da exposição, no dia 5 de julho, na presença do Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Carlos Oliveira, do Adido Social do Consulado, Miguel Costa e do representante do Embaixador de Portugal, Álvaro Esteves, a Diretora da Casa de Portugal, Ana Paixão explicou ao LusoJornal que “é com muito gosto que colaboramos com Ismaël Sequeira, porque além de tudo é um artista que não só cruza os campos da lusofonia, como cruza outros campos internacionais. Trabalhou frequentemente com Malangatana, por exemplo, cruzando outros olhares sobre a lusofonia e colaborou também com artistas internacionais”.

Dono de uma vasta obra, Ismaël Sequeira, natural de São Tomé e Príncipe, desde cedo começou a pintar como autodidata, tendo participado numa exposição comemorativa da independência do seu país com apenas treze anos.

Em 1986 fez a sua primeira exposição fora do país, em Portugal. Foi também em terras lusitanas que se formou e estudou Artes plásticas e Escultura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, no quadro de uma Bolsa de estudo da Cooperação portuguesa.

Na altura, ganhou também uma Bolsa de estudo francesa, mas optou, com os conselhos da mãe, por estudar em Portugal. “Não me arrependo, se bem que ficou o gosto de manter uma relação de muita proximidade com a França, com esta realidade que marca sobretudo Paris como um centro de difusão da cultura e das artes no mundo” confessa Ismaël Sequeira. “Estar aqui, na Casa de Portugal, com esta exposição, corresponde no fundo não só ao sonho da associação AILD, mas também ao meu posicionamento pessoal, como forma de levar o meu trabalho para fora do território português”.

Jorge Vilela desafiou-o me para fazer as ilustrações das capas da Descendências Magazine, em 2020, mas pediu-lhe também um texto que acompanhava cada uma das obras. “São Tomé e Príncipe, como muitos dos países ou territórios após a independência e a conquista da liberdade política em Portugal, passou por uma série de constrangimentos políticos e económicos e o grande desafio era precisamente olhar para um São Tomé e Príncipe positivo, porque é muito mais fácil olharmos para as dificuldades e tudo aquilo que está mal, mas muito daquilo que está bem, nós não conseguimos ver. Foi este olhar que eu consegui impor nas obras: a beleza da vivência do nosso povo, a conquista das mulheres, a questão da paridade, o folclore como elemento de afirmação cultural, aquilo que normalmente não se presta atenção, mas é toda esta forma de estar do nosso povo que marca o ritmo do crescimento do nosso país” explica o artista.

Atualmente desenvolve o seu trabalho como artista plástico e participa em vários projetos na área artística e cultural em Portugal e em São Tomé e Príncipe, sendo ainda, para além disso, Diretor do Conselho Cultural da Associação Internacional dos Lusodescendentes. Assume ainda a coordenação de projetos da plataforma de artistas santomenses Cafuka.

Esta edição da exposição “Obras de Capa” conta com o apoio do Instituto Camões, e esteve, aliás, exposta na sede desta instituição, em Lisboa, antes de vir para Paris, e está agora na Casa de Portugal André de Gouveia, antes de seguir, em itinerância, para outros países.

 

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LusoJornal