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Exposição «Raízes – Os Amores suspensos» na Biblioteca Municipal de Fafe até 24 de agosto

A exposição fotográfica e documental «Racines – Les Amours suspendus» está patente na Biblioteca Municipal de Fafe até ao dia 24 de agosto, no horário de funcionamento deste equipamento cultural (entre segunda e sexta-feira, das 9h00 às 17h30).

A iniciativa é promovida conjuntamente pela Associação Memória das Migrações, com sede em Paris, pelo Museu das Migrações e das Comunidades e pela Câmara Municipal de Fafe e enquadra-se nas comemorações do Centenário da Batalha de La Lys (9 de abril de 1918) e do termo da I Guerra Mundial (1914-1918).

A sessão de abertura decorreu no passado dia 9 de agosto, no âmbito da Festa do Emigrante, que juntou mais de centena e meia de Fafenses espalhados pelos quatro cantos do mundo, no Parque da Cidade.

Na oportunidade, marcaram presença as autoridades locais, como o Presidente da autarquia, Raul Cunha, bem como a socióloga das Migrações, Maria-Beatriz Rocha Trindade e o Presidente da Associação Memória das Migrações, o Fafense Parcídio Peixoto.

O Diretor do Museu das Migrações e das Comunidades, Artur Coimbra, enquadrou, para os presentes, o contexto da exposição, composta por 24 painéis, com textos bilingues (francês/português), que versa sobre os soldados do Corpo Expedicionário Português que, no final da I Guerra Mundial, optaram por não regressar ao país de origem e casaram com jovens francesas, decidindo instalar-se em definitivo em terras gaulesas.

Seguiu-se a intervenção, por videoconferência, da Comissária da exposição, Aurore Rouffelaers, historiadora de arte, vice-Presidente da Liga dos Combatentes – Núcleo de Lillers, no Norte da França – e Secretária geral do Comité France-Portugal Hauts de France, ela própria descendente de um soldado português – João Manuel Assunção – que decidiu permanecer em França, finda a I Guerra Mundial.

Aurore Rouffelaers fez uma intervenção em direto a partir de Paris, em que explicou detalhadamente o projeto de que resultou a exposição e que tem a ver com a recolha de memórias dos soldados portugueses que combateram em França na I Guerra Mundial e que resolveram permanecer em França.

Abordou as dificuldades de concretizar o projeto, que está ainda em decurso e que exigirá contributos de diferentes investigadores e personalidades, em França e em Portugal.

Maria-Beatriz Rocha Trindade abordou, por seu turno, os marcos simbólicos da I Guerra Mundial, sobretudo os monumentos à memória dos mortos naquele sangrento conflito mundial.

Parcídio Peixoto falou das atividades da associação que dirige, voltadas para a memória das migrações e abordou as incidências da exposição, até à sua apresentação na cidade de Fafe.

O Presidente do Município congratulou-se por mais esta atividade cultural, “que honra a cidade e dignifica a memória dos Portugueses que ajudaram a construir um grande país como é a França”.

Um século volvido sobre a Batalha de La Lys, esta exposição baseia-se nos testemunhos dos descendentes (terceira geração) e tem como propósito valorizar as histórias familiares que não poderiam ter existido sem aqueles trágicos acontecimentos.

Homenageando os soldados portugueses, pretende também – segundo a organização – “garantir a passagem da memória às gerações futuras”.

 

 

LusoJornal