Faleceu ontem à noite, no Institut Godinot – Centro de luta contra o cancro – de Reims, onde estava hospitalizada, a radialista Maria de Fátima Sampaio, vítima de doença prolongada contra a qual combatia há quatro anos.
Dino, o companheiro com quem vivia e com quem partilhava o amor por Portugal e pela rádio, diz que “tenho a alegria de anunciar a morte do cancro, mas nesta luta de 4 anos, a Maria perdeu a vida”. Acompanharam-na também nestes últimos momentos de vida, a filha e o filho.
Natural do concelho de Carrazeda de Ansiães, morou primeiro na região parisiense, antes de se mudar para a região de Laon.
Animou durante muitos anos programas de rádio em língua portuguesa em várias rádios de Reims e de Fismes, promovendo assim a música e a língua portuguesa. Criou o programa “Bom Dia Portugal” na rádio Soleil Media, depois passou para a rádio Phare, para a rádio Primitive e finalmente para a rádio Graffiti. Sempre acompanhada por Dino, o casal percorria mais de 150 quilómetros por semana para apresentarem programas em duas línguas – português e francês – e na resposta de um, percebia-se a pergunta do outro.
Muitos artistas de Portugal e de França participaram nos programas, assim como Embaixadores, Cônsules, Deputados e outras personalidades da Comunidade portuguesa. Caracterizava-a a simplicidade e um riso contagioso, que os ouvintes reconheciam facilmente.
Maria de Fátima Sampaio foi também correspondente do LusoJornal nas regiões de Reims e de Soissons e era uma leitora e uma promotora incondicional do jornal. “Sentimos muito a morte da Fátima Sampaio. Fomos acompanhando o seu percurso, ela foi enriquecendo as páginas do jornal, com entrevistas, com artigos, com propostas e até com comentários. Foi uma notícia triste a que recebemos hoje” diz Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal. “Deixamos uma mensagem de reconforto ao Dino, à filha e ao filho da Fátima Sampaio e aos dois netos de quatro anos, gémeos, de quem ela tanto falava”.
Maria de Fátima Sampaio foi também, durante alguns anos, membro do Conselho Consultivo do Consulado Geral de Portugal em Paris.
Recentemente vendeu a casa que tinha no concelho de Carrazeda de Ansiães e comprou uma casa numa aldeia perto de Vila Pouca de Aguiar. Mudou os seus pertences para a nova casa, deixou tudo na garagem e este verão já não teve forças para se instalar e arrumar tudo.
