Fãs de Tony Carreira em França sentem-se atacados por acusações

Os fãs de Tony Carreira em França que, ontem à noite assistiram ao concerto do cantor na sala Le Grand Rex, em Paris, afirmam sentir-se «atacados» pelas acusações de plágio que recaem sobre o cantor e mostram-se solidários.

Goreti Pinto, de 42 anos, teve de deixar o trabalho mais cedo para assistir ao espetáculo daquele que é o seu ídolo desde os 13 anos, e alertou à Lusa que os fãs também se sentem atacados pela polémica do alegado plágio. «Nós também sofremos com isso. As pessoas que não gostam criticam e nós também somos atacados. Todas as fãs ouvem ‘bocas’. Eu gosto dele na mesma, para mim continua a ser o mesmo Tony, nem que tenha copiado. É o nosso amor, o nosso querido Tony», afirmou à Lusa a portuguesa que vive na região de Paris.

Vestida com uma t-shirt preta, impressa com uma fotografia do cantor e autografada, Anna Barreira, de 43 anos, avisa, com ar divertido, que se Tony Carreira for parar à prisão, irá «visitá-lo e levar-lhe laranjas».

«Sentimo-nos agredidos, claro. Se se fala nisto agora, é porque há gente que quer ganhar dinheiro. Olhe, as músicas são apaixonantes, ele canta a realidade da vida e revemo-nos nelas. Vi-o pela primeira vez aos 18 anos e desde então não o larguei», contou a portuguesa que assistiu «a tantos» concertos do cantor em França, e garante ir vê-lo em janeiro, no Zénith, também em Paris.

Letícia Martins, de 24 anos, é fã «desde sempre» e «quando era bebé» – garante – «tinha o biberão e a música do Tony Carreira», pelo que hoje se sente triste pela polémica. «Sinto-me atacada porque nota-se que há muita inveja, são pessoas que só dizem asneiras. Ele é muito próximo dos fãs e a música dele é incrível. Quando estou triste, a música dele alegra-me. Quando estou a arrumar, motiva-me… Eu oiço-o em qualquer situação», descreveu a lusodescendente.

Muitos foram ao concerto em família, como Sandrine Guimarães, de 18 anos, que é «fã desde pequenina» e agora olha para as acusações contra o cantor como «uma injustiça».

«As canções são magníficas e ele tem uma voz espetacular. Ouvimo-lo muito em casa. Tenho pena dele, tantos anos a trabalhar e agora dizem que copiou. Para mim não muda nada, gosto dele na mesma», afirmou.

Há também quem diga que «todos fazem o que ele faz», como a francesa Caroline Allemoz, de 45 anos, que considera que «ele retomou canções compostas por outros» e que «copiar é exatamente igual, o que não é o caso dele».

Desligada da polémica que envolve Tony Carreira, Fernanda Freixedo, de 60 anos, também assegurou que as acusações de plágio «não mudam nada».

«Ele é completamente diferente. Ele tem um toque especial. É a voz, é o sentimento, é tudo diferente. É um cantor muito romântico, alguém da emigração que deu uma outra imagem dos emigrantes portugueses e é para mim um grande orgulho», disse, entre português e francês, a portuguesa que chegou a França com oito anos.

O Ministério Público acusou o cantor Tony Carreira de plagiar 11 músicas de autores estrangeiros, com a colaboração do compositor Ricardo Landum, também arguido, considerando que se “arrogaram autores de obras alheias”, após modificarem os temas originais.

As músicas “Depois de ti mais nada”, “Sonhos de menino”, “Se acordo e tu não estás eu morro”, “Adeus até um dia”, “Esta falta de ti”, “Já que te vais”, “Leva-me ao céu”, “Nas horas da dor”, “O anjo que era eu”, “Por ti” e “Porque é que vens” são as 11 canções alegadamente plagiadas, segundo o despacho de acusação do Ministério Público, proferida este mês.

Tony Carreira está acusado de 11 crimes de usurpação e de outros tantos de contrafação, enquanto Ricardo Landum, autor de alguns dos maiores êxitos da música ligeira portuguesa, responde por nove crimes de usurpação e por nove crimes de contrafação.

 

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LusoJornal