Filme de Teresa Villaverde venceu prémio do Festival L’Europe Autour de l’Europe em Paris

O filme «Colo», de Teresa Villaverde, venceu o Prémio Sauvage, principal galardão do 13º Festival «L’Europe Autour de l’Europe», que terminou ontem em Paris.

«‘Colo’ foi premiado por unanimidade pelo júri composto pelos realizadores Ralitza Petrova, Szabolcs Tolnai, Rafael Lewandowski, pelo crítico de cinema Tue Steen Müller e pelo produtor György Raduly», lê-se num comunicado divulgado ontem.

«Colo» teve estreia mundial em fevereiro do ano passado, no Festival de Cinema de Berlim, integrado na competição oficial, e meses depois abriu o IndieLisboa.

Teresa Villaverde escreveu, produziu e realizou «Colo», um filme que reflete, ainda que indiretamente, os efeitos e os estilhaços da crise económica numa família de classe média, interpretada por João Pedro Vaz e Beatriz Batarda.

São personagens desamparadas, vítimas de um problema de comunicação: «Estão nitidamente perdidos, sem colo e sem saber sequer onde é que hão de procurar esse colo e resolver as coisas. E eu, que estou a olhar para eles, também não sei o que lhes hei de dizer. O filme é muito isso», descreveu a realizadora à Lusa, quando o filme passou em Berlim. «Apesar de este filme não ser sobre a situação portuguesa, inclui também isso e tudo o que eu senti que se passou nestes últimos anos», contou.

No filme entram ainda os atores Alice Albergaria Borges, a adolescente da família que se desmorona, Tomás Gomes, Clara Jost, Rita Blanco e Simone de Oliveira, entre outros.

«Colo» é umas das três películas portuguesas que, em maio, vai ser exibida numa das secções paralelas do Festival de Cinema de Cannes, em França. As outras duas são «Terra Franca», de Leonor Teles, e «Verão Danado», de Pedro Cabeleira.

Nascida em Lisboa, em 1966, a cineasta Teresa Villaverde trabalhou com João César Monteiro, José Álvaro Morais e João Canijo, antes de se estrear como realizadora nos anos 1990. Da mesma geração de realizadores como Pedro Costa e João Pedro Rodrigues, fez filmes como «Três irmãos» (1994), «Os mutantes» (1998) e «Transe» (2006).

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LusoJornal