Filmes da francesa Monique Rutler em destaque na Cinemateca Portuguesa


Até ao final do ano, a Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, anunciou ontem que vai dedicar um ciclo à realizadora francesa radicada em Portugal, Monique Rutler. O anúncio foi feito durante a apresentação da programação pensada para os meses de setembro a dezembro.

Em setembro, a Cinemateca aponta o foco para Monique Rutler, autora francesa radicada em Portugal desde os anos 1960, e que já fez um pouco de tudo no cinema português, nomeadamente assistente de realização, argumentista, montadora e realizadora. “Vista de forma agregada, a obra de Monique Rutler, apesar de curta, revela o seu incessante envolvimento em causas sociais e políticas”, nomeadamente “os dramas da condição feminina”, sublinha a Cinemateca Portuguesa, lembrando que “foi a principal responsável pelo imensamente polémico” documentário “O aborto não é um crime” (1975), que levaria a jornalista Maria Antónia Palla ao banco dos réus.

Realizadora de “Velhos são os trapos” (1979) e “Jogo de mão” (1983), Monique Rutler teve carta branca para programar na Cinemateca, tendo escolhido apenas filmes realizados por mulheres.

Até ao final do ano, a Cinemateca Portuguesa volta a ser parceira dos festivais Queer Lisboa e DocLisboa, dedicando ciclos ao artista plástico William E. Jones e ao cineasta mexicano Paul Leduc, respetivamente.

Com a Festa do Cinema Francês, a Cinemateca fará em novembro uma retrospetiva integral da obra do cineasta, fotógrafo, viajante e escritor francês Chris Marker (1921-2012), o realizador de “La Jetée”.