Anh Viet Chau

Ginástica: Filipa Martins à procura do apuramento olímpico em Paris

Filipa Martins conquistou durante o fim de semana duas medalhas na Taça do Mundo de Ginástica que decorreu em Guimarães: Ouro na trave e Bronze nas paralelas assimétricas. Uma boa preparação para os Mundiais, que decorrem em Estugarda na Alemanha de 4 a 13 de outubro, prova importante para o apuramento olímpico.

Na sua preparação para os Mundiais e para o apuramento para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio no Japão, Filipa Martins passou por Paris onde participou na Taça do Mundo parisiense de Ginástica que decorreu no AccorHotels Arena.

A atleta portuguesa de 23 anos terminou no 5° lugar na final na prova de Paralelas Assimétricas com uma pontuação de 13,600. Resultado que permitiu atingir o quinto lugar numa prova ganha pela franco-portuguesa Mélanie de Jesus dos Santos com uma pontuação de 14,650 pontos.

O LusoJornal falou em exclusivo com Filipa Martins que abordou a sua presença pela cidade luz, e também a sua preparação para os Jogos Olímpicos.

 

Como correu a prova em Paris?

Esta prova foi de preparação para o Campeonato do Mundo de Estugarda de apuramento para os Jogos Olímpicos, que é um dos principais objetivos deste ano. A prova parisiense correu bem, na qualificação correu bem, e na final correu ainda melhor. O objetivo era fazer melhor no segundo dia, conseguindo uma nota melhor.

 

Havia um ambiente incrível no AccorHotels Arena…

Esta Taça do Mundo é um bocadinho diferente por ser parecida com Campeonatos do Mundo ou Campeonatos da Europa por causa do ambiente. Achei super giro haver tantas crianças a assistirem porque em Portugal não temos tantas crianças a assistir. A modalidade em Portugal não é muito visível, mas aqui em Paris essas pessoas, crianças todas, é motivador, é mesmo muito bom ver este apoio.

 

Este apoio constante antes, durante e depois da prova, pode perturbar ou não?

O apoio é uma motivação, não perturba. Dá-nos força até ao fim da nossa atuação. Sentimos que as crianças percebem o que estamos a fazer, sabem por exemplo quando estamos na reta final e apoiam ainda mais, isso é muito bom. As pessoas que estavam presentes conhecem ou praticam esta modalidade, é interessante para qualquer atleta ter este apoio.

 

Qual foi a sensação de estar aqui em Paris?

Foi a primeira vez que estive em Paris, nesta Taça do Mundo, mas acho que a prova é diferente, acho que é especial. Esta prova ajuda-nos muito em preparar o Campeonato da Europa e do Mundo porque estamos no mesmo ambiente.

 

Paris também será palco dos Jogos Olímpicos em 2024…

Paris 2024? Não sei, o meu principal objetivo passa sobretudo pelo apuramento para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020. Eu vivo o dia a dia. Fui aos Jogos Olímpicos precedentes (em 2016) e não estava muito bem por causa de uma lesão, aliás tenho tentado ao longo destes anos recuperar da lesão, mas nunca ficou muito bem. Por isso vivo o dia a dia e amanhã logo se vê.

 

É complicado recuperar de uma lesão na ginástica?

É sempre difícil recuperar de uma lesão porque além de baixarmos de forma, não participamos nas provas que queremos. Tenho uma lesão crónica que vem desde 2016 e até agora tenho conseguido recuperar, mas é difícil porque temos de gerir os treinos e queremos sempre ir além. Mas acho que agora consigo gerir melhor.

 

A carreira de uma atleta é difícil na ginástica? Como é a nível financeiro?

A carreira é sempre difícil gerir porque em termos monetários não recebemos muitos apoios, nem patrocínios. Além disso temos que conciliar os estudos e a ginástica porque não conseguimos viver da ginástica, então acabam por ser dias super longos: aulas de manhã, treinos de manhã, depois regressar à faculdade, mais a fisioterapia no meio, por isso acaba por ser um bocadinho difícil gerir tudo. Mas acho que, com a disciplina que nós aprendemos desde pequenas na ginástica, conseguimos gerir tudo!

 

Uma medalha nos Jogos Olímpicos em 2020 pode atrair patrocinadores?

Como temos poucos apoios a nível de ginástica em Portugal, é muito difícil pensar em conquistar uma medalha para depois ter apoios, quando não tivemos esses apoios antes de conquistar uma medalha. É muito complicado. Se calhar quando alguém conseguir chegar a esse patamar sem apoios, talvez aquelas que vierem atrás possam beneficiar desses tais apoios.

 

A lusodescendente Mélanie de Jesus dos Santos tem sido uma atração na ginástica, qual é a sua opinião?

É uma atleta que sigo, uma atleta que gosto de ver a trabalhar, e como todas as ginastas, é dedica a trabalhar porque não poderia estar onde está sem trabalho. Ela tem um potencial para ir ainda mais longe. O que impede muitas atletas de irem mais longe são muitas vezes as lesões. Mas ela está super bem e trabalha super bem pelo que vejo nas provas.

 

Em Paris, além da Filipa Martins, a Seleção portuguesa contou com a Mariana Pitrez e a Beatriz Cardoso…

Viemos a esta Taça do Mundo porque somos as três que vamos participar no Campeonato do Mundo de Estugarda. Foi uma prova de preparação para vermos o que está bem, o que é necessário corrigir antes dos Mundiais. Queremos estar na melhor forma na Alemanha.

 

Assinatura da foto: Anh Viet Chau

 

[pro_ad_display_adzone id=”32314″]

LusoJornal