Greve Geral: José Luís Carneiro confessa que trabalhadores consulares têm tido ganhos importantesCarlos Pereira·Comunidade·11 Dezembro, 2025 As duas principais centrais sindicais portuguesas (CGTP e UGT) convocaram para esta quinta-feira, dia 11 de dezembro, uma Greve Geral em todo o país. Esta é a primeira paralisação nacional em 12 anos, contra a reforma do Código do Trabalho proposta pelo Governo de Luís Montenegro, que inclui mais de 100 alterações à Lei do trabalho, mas o Secretário Geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro diz que os funcionários consulares têm menos razões para entrar em greve. As principais medidas contestadas pelas centrais sindicais são o alargamento da duração dos contratos temporários, a possibilidade de empresas recorrerem a subcontratação após despedimentos, o aumento dos serviços mínimos durante greves e a redução de direitos como horários flexíveis para mães que amamentam e licenças específicas. Os Sindicatos denunciam a “normalização da precariedade”, a “facilitação dos despedimentos” e um “ataque aos direitos dos trabalhadores”. Quanto à opinião pública, uma sondagem indica que 61% dos portugueses apoiam a greve. Em declarações ao programa Decisão Nacional da RTP internacional, o Secretário Geral do PS e antigo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, disse que “o Partido Socialista compreende as razões da greve, há razões profundas, legítimas para a greve, a greve é uma decisão das estruturas sindicais e fazer ou não fazer greve é uma decisão dos trabalhadores”. Mas José Luís Carneiro explicou também que “do meu ponto de vista, os trabalhadores consulares têm tido ganhos importantes, quero reconhecer que eram as mudanças que estavam em curso com os Governos do PS, aliás, como se recorda, subscrevi nove acordos com vários sindicatos dos trabalhadores consulares e também com os sindicatos representativos dos professores de língua portuguesa no estrangeiro, e foi aprovado ainda há poucos dias, na proposta do Orçamento do Estado, melhorias ainda mais significativas para os trabalhadores consulares” disse, respondendo às perguntas da jornalista Rosário Lira. “Contudo, a decisão de fazer greve por vezes tem a ver também com a solidariedade entre os próprios trabalhadores em relação àquilo que consideram normas que ferem valores fundamentais de dignidade das condições laborais, e essa é uma decisão que naturalmente o Partido Socialista respeita”.