Greve nos Postos consulares começa esta segunda-feira e os serviços podem ser efetados

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]

 

A partir desta segunda-feira, 5 de dezembro, os serviços consulares podem estar fortemente perturbados durante 6 semanas, porque o Sindicato dos Trabalhadores Consulares (STCDE) decidiu convocar uma greve.

“Não tendo havido evolução na resposta do Governo ao STCDE após o envio do aviso prévio de greve, mas unicamente indicação em como os responsáveis políticos do MNE estão a trabalhar junto das Finanças para ultrapassar o impasse, só nos resta constatar hoje que a nossa situação continua a não ser uma questão prioritária que mereça o devido tratamento” diz uma nota do Sindicato enviada ao LusoJornal.

“Assim, não sendo dadas garantias ao STCDE, vamos dar início à primeira semana de greve, entre os dias 5 e 8 de dezembro”.

“Contamos com todos, nenhum trabalhador está bem, são anos a fio de empobrecimento sem fim à vista, vamos mostrar a nossa determinação e a nossa aposta num futuro melhor” diz uma mensagem do Sindicato a todos os Postos consulares espalhados pelo mundo.

Em declarações à Lusa quando foi enviado o pré-aviso de greve, o Secretário-geral adjunto do STCDE, Alexandre Vieira, disse que a decisão foi tomada após uma reunião com o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo. Deste encontro, disse, os representantes sindicais saíram com “uma mão cheia de nada”, o que os levou a abandonar as negociações, que decorrem “há mais de dois anos”.

“Não podemos estar num diálogo de mudos”, disse, acusando o Governo português de não concretizar os acordos que foram feitos nos últimos tempos, em várias matérias.

O Sindicalista afirma que a Tutela disse que a resolução de vários problemas está agora nas mãos das Finanças, nomeadamente a questão das tabelas salariais que resolveria problemas antigos, como a necessária correção salarial para os trabalhadores no Brasil. Igualmente por concretizar está, segundo o Sindicato, a publicação do novo mecanismo de correção cambial, que contemple as perdas cambiais acumuladas, negociado e consensualizado com o Governo há mais de dois anos.

A este propósito, disse que as perdas cambiais dos trabalhadores do MNE português nos Estados Unidos e na Suíça já representam dois salários. “Os assistentes técnicos nos Estados Unidos entram a ganhar 1.600 euros – que não dá para alugar um quarto em Nova Iorque -, chegam, recebem o primeiro ordenado e vão-se embora”, indicou.

Alexandre Vieira recordou que “foi devidamente estruturado e negociado, com o anterior Ministro e o atual Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, para estas tabelas salariais serem imediatamente alteradas”.

O Sindicalista lamentou que no encontro com Paulo Cafôfo este apenas tivesse para informar o Sindicato que iria ser publicada em breve a Portaria que resolve a situação dos trabalhadores no Brasil.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português já manifestou a sua “disponibilidade permanente” para o diálogo com o Sindicato dos trabalhadores nas missões diplomáticas e postos consulares.

Questionado pela Lusa sobre a greve decretada pelo STCDE contra, entre outros temas, “a inércia do Governo em aprovar novas tabelas salariais aplicáveis a todos os trabalhadores”, o MNE mostrou-se empenhado no diálogo.

Sobre a greve, que decorrerá entre os dias 05 de dezembro deste ano e 12 de janeiro de 2023, o Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que “é longa”, a primeira a ser marcada nos últimos dez anos, e que vai causar “um caos tremendo, que já existe com a falta de recursos humanos, mas vai haver um caos em todos os postos”.

“Esta greve vai afetar, mas muito, as Comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”, disse.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

LusoJornal