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Jantar de Gala angariou fundos para a Santa Casa da Misericórdia de Paris

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No sábado passado, dia 19 de novembro, a Santa Casa da Misericórdia de Paris organizou mais um jantar de gala para recolha de fundos, na sala Vasco da Gama, em Valenton.

“Estou felicíssima porque nunca pensaríamos que as pessoas se mobilizassem para estar aqui e finalmente a sala não conta tanta gente como de costume, mas como vê, está cheia” diz a Provedora daquela instituição referindo-se às 260 pessoas que partilharam o jantar. O evento foi organizado sob o alto patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e a Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Paris agradeceu a cedência da sala ao Comendador Armando Lopes.

“O nosso objetivo é simplesmente angariar fundos para que a Santa Casa possa continuar a ajudar quem à sua porta bate para pedir ajuda. Se já eram muitos aqueles que recorreram a esta instituição antes da pandemia, agora multiplicaram-se e os voluntários da Santa Casa, por muitos que sejam, não sabem multiplicar nem os pães nem os alimentos nem o dinheiro que muitas vezes faz falta a quem se encontra em situações precárias para certos pagamentos” disse Ilda Nunes na sua intervenção.

A organização tinha anunciado a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, mas Paulo Cafôfo acabou por não fazer a viagem até Paris, mas mandou uma mensagem onde sublinhou “o papel da Santa Casa da Misericórdia de Paris que em quase 3 décadas de existência tem contribuído para assistir quem necessita”.

Paulo Cafôfo destacou a importante documentação especializada da Misericórdia de Paris e a articulação com outras associações. Destacou “o trabalho excecional que as associações portuguesas em França fazem para a integração, mas também contribuem para o apoio social, a afirmação da nossa identidade e a divulgação da nossa cultura”.

Também o Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, esteve ausente do jantar porque estava de regresso a Portugal, antes da chegada do novo Embaixador, mas fez-se representar pelo diplomata número dois da Embaixada, Frederico Nascimento.

O Diretor Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, Luís Ferraz, veio de Portugal e disse que “é sempre com emoção que eu regresso a Paris e que encontro a melhor Comunidade portuguesa no mundo”. Luís Ferraz foi, durante alguns anos, Cônsul-Geral de Portugal em Paris e já conhece a Misericórdia há muito tempo. “Esperamos apoiar a Santa Casa da Misericórdia de Paris, dignamente, em 2023”.

Também o Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Carlos Oliveira, participou no jantar e discursou no palco, durante uma sessão apresentada por Manuel Pinto Lopes. “Eu estou há 2 anos e meio em Paris e foi talvez a primeira entidade que eu encontrei quando cheguei aqui, aliás coincidiu quase com a tomada de posse da senhora Provedora” disse Carlos Oliveira.

“Nós sabemos bem que os tempos que se anunciam são tempos particularmente exigentes, em que há imensas pessoas a passarem menos bem com grandes dificuldades. Nesta sala eu sei que este espírito tem que ser posto à prova” disse Carlos Oliveira. “Faço um apelo para que esta solidariedade das pessoas que podem, das pessoas que tiveram sucesso – e são muitos nesta Comunidade e são muitos os que estão aqui hoje – mostrem através da Santa Casa e de outras instituições, essa vontade de ajudar os que mais precisam e que são infelizmente cada vez mais numerosos”.

O Presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, também se deslocou de Lisboa para participar nas Jornadas Sociais da Santa Casa da Misericórdia de Paris. “Há uns meses, a Senhora Provedora foi ter comigo, a Lisboa, e convidou-me para vir aqui e eu disse imediatamente que sim e cá estou”. E veio “trazer um abraço das 400 Misericórdias de Portugal”.

Segundo Manuel Lemos, a primeira Misericórdia de Portugal foi fundada em 1498, em Lisboa e foi fundada na capela da atual Sé de Lisboa “por 100 homens bons que não tinham precisão – era assim que se dizia em português antigo – 100 homens bons que se dispunham a ajudar quem necessitava. E é muito bonito este jantar, porque neste jantar estão pessoas que, de uma forma ou de outra ajudam os outros”.

Em Portugal, as Misericórdias têm atualmente cerca de 700 lares e 19 hospitais, mas Manuel Lemos lembrou também as Misericórdias no Brasil, em Angola, Moçambique, São Tomé “e também a Misericórdia de Paris tem aqui um trabalho de que se pode orgulhar muito e que nos orgulha a nós todos”.

Manuel Lemos trouxe uma prenda em porcelana da Vista Alegre para a Misericórdia de Paris. A primeira peça foi dada ao Presidente da República, e a Misericórdia de Paris recebeu o sexto exemplar.

A última intervenção – já com o jantar preparado pela casa Canelas, pronto para ser servido – foi a do Padre Nuno Aurélio, o Reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima. “As Santas Casas da Misericórdia são instâncias católicas, excetuando hoje a de Lisboa, que pertence ao Estado” lembrou no seu discurso.

Argumentando que, no domingo passado se celebrou o sexto Dia mundial dos pobres, instituído pela igreja, Nuno Aurélio lembrou a Mensagem desse dia do Papa Francisco que disse: “sabemos que o problema não está no dinheiro em si, pois faz parte da vida diária das pessoas e das relações sociais. Podemos refletir sim sobre o valor que o dinheiro tem para nós. Não pode tornar-se um absoluto como se fosse um objetivo principal da vida. Tal apego impede de ver com realismo a vida de todos os dias e cega o olhar, impedindo reconhecer as necessidades dos outros. Nada mais nocivo poderia acontecer a um cristão ou uma Comunidade, que ficar deslumbrada pelo ídolo da riqueza, que acaba por nos acorrentar a uma visão efémera e falhada da vida”.

Também estiveram no jantar os Deputados Paulo Pisco e Nathalie de Oliveira, assim como o Cônsul Geral Adjunto de Portugal em Paris, Filipe Ortigão, entre outras personalidades.

A Provedora Ilda Nunes agradeceu ainda à artista plástica Nathalie Afonso, que pintou um quadro que ofereceu para ser leiloado, e agradeceu também os cantores Vanessa Martins, Dan Inger dos Santos e Bruno Rouillé, assim como o Dj António José Peixoto.

Já depois do jantar de recolha de fundos, na segunda-feira desta semana, começou a campanha de Natal de 2022 da Misericórdia de Paris com recolha e distribuição de géneros alimentícios, mas também “com apoio financeiro aos prisioneiros portugueses que se encontram nas prisões francesas e que aceitaram serem identificados graças ao apoio do Consulado-Geral de Portugal em Paris”. A Misericórdia de Paris vai oferecer 50 euros a cada um, para que possam comprar produtos de higiene e outros, neste período de Natal.

 

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