A atriz, Joana Ribeiro, que entra no filme "O homem que matou D. Quixote", de Terry Gilliam, em Lisboa, 07 de maio de 2018. "O homem que matou D. Quixote" será exibido no dia 19 no encerramento do Festival de Cinema de Cannes e para a atriz representa uma estreia a vários níveis: na colaboração com Terry Gilliam e com um elenco internacional e na presença num festival como Cannes. (ACOMPANHA TEXTO DE 13 DE MAIO DE 2018). ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Joana Ribeiro vai hoje subir as escadas do Festival de Cannes

O filme «O homem que matou D. Quixote», de Terry Gilliam, será a primeira produção internacional da atriz portuguesa Joana Ribeiro, que lamenta ser «mais fácil ganhar reconhecimento lá fora do que em Portugal».

«O homem que matou D. Quixote» será exibido no dia 19, no encerramento do Festival de Cinema de Cannes e, para a atriz, representa uma estreia a vários níveis: na colaboração com Terry Gilliam e com um elenco internacional, e na presença num festival como Cannes.

Em entrevista à Lusa, a dias de partir para Cannes, Joana Ribeiro recordou o «ritmo intenso» das filmagens, em Portugal e em Espanha, e o trabalho «com pessoas incríveis», como os atores Jonathan Pryce e Adam Driver, os protagonistas desta adaptação livre que o realizador norte-americano fez do romance de Miguel de Cervantes.

Segundo a atriz, Terry Gilliam é um realizador muito visual e que dá liberdade aos atores. «Por mais que ensaiássemos ele ia ver um ensaio e mudava. Foi muito interessante, nunca tinha trabalhado com alguém assim. (…) Estávamos constantemente a mudar o guião», recordou.

«Os filmes dele são todos sobre a imaginação, sobre o poder da imaginação, e sobre como é que estas personagens estão a atravessar caminhos complicados e obscuros e, de repente, encontram a sua salvação», disse.

Joana Ribeiro considera que «O homem que matou D. Quixote» a fez crescer enquanto atriz e deixa agradecimentos a dois homens que colocaram o filme numa disputa legal que tem sido notícia nas últimas semanas: Terry Gilliam e Paulo Branco, que chegou a ser anunciado como produtor.

«Fiz o filme graças ao Paulo (…). É dos produtores portugueses que mais fez pelo cinema em Portugal e pelos atores. Há atores com carreiras internacionais graças ao Paulo Branco. E devo muito ao Terry, porque mesmo quando o Paulo saiu do filme, ele quis que eu continuasse», sublinhou a atriz.

Com esta participação internacional, Joana Ribeiro diz que percebeu que «as portas não estão todas fechadas e que o mundo é mais global», mas gosta de trabalhar em Portugal. «Não é o ir para fora que nos deveria dar consagração enquanto atores e, infelizmente, o que sinto é que, às vezes, é mais fácil ganhar reconhecimento lá fora do que em Portugal. E isso é pena. Devíamos ser os primeiros a impulsionar os nosso atores e realizadores e ter orgulho naquilo que temos», sublinhou.

Antes de «O homem que matou D. Quixote», Joana Ribeiro tinha entrado na longa-metragem «A uma hora incerta» (2015), de Carlos Saboga, em algumas curtas-metragens, mas sobretudo em telenovelas, onde se estreou em 2012 com «Dancin’Days».

A rodagem de «O homem que matou D. Quixote» aconteceu em 2017, no ano mais produtivo da curta carreira da atriz, já que depois da produção de Terry Gilliam ainda entrou em «Portugal não está à venda», de André Badalo, «Linhas Tortas», de Rita Nunes, e «O livro negro do padre Dinis», de Valéria Sarmiento, todos ainda por estrear. Joana Ribeiro entra ainda na telenovela «Paixão», atualmente a ser emitida na SIC.

 

 

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