LusoJornal | Carlos Pereira

José Cesário diz que os emigrantes são essenciais para o desenvolvimento local


Para o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, não há desenvolvimento das terras do interior sem a implicação da diáspora portuguesa. José Cesário falava no fim da semana passada no Sabugal, durante a assinatura de um Protocolo de Cooperação entre aquela autarquia e a Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP).

“É possível ver o desenvolvimento destas terras sem ter em conta os que são delas e que estão fora? Não, não é possível. O desenvolvimento das nossas terras passa pela fixação de pessoas e pessoas tanto quanto possível que tenham capacidade financeira para poderem gerar negócio e o negócio vai atrair gente mais nova. Não há outra forma” disse José Cesário para uma plateia onde estavam alguns empresários, mas também os autarcas do concelho e de algumas das Juntas de Freguesia.

“As terras de um país como Portugal, só se desenvolvem efetivamente com uma economia mais forte, se houver dinheiro a girar, não há outra maneira. E aqui é muito pior, porque efetivamente no Sabugal não aterram aviões da Ryanair ou da easyJet todos os dias. Provavelmente passam aqui por cima, mas não aterram aqui. Então nós precisamos de ter pessoas nas nossas terras, por isso é tão importante a ligação às nossas Comunidades” continuou o Secretário de Estado.

Falando de Carlos Vinhas Pereira, o Presidente da CCIFP, presente na sessão, José Cesário lembrou que “o Carlos ama a sua terra. Sempre que estive com ele, ouvi-o falar do Soito e essa é a realidade. Eu penso que cada um de vós pensa exatamente as mesmas coisas das vossas terras e nós temos de aumentar as nossas oportunidades de colaboração”.

O governante lembrou que Sabugal tem um Gabinete de Apoio ao Emigrante. “Já tive a oportunidade de confirmar que continua ativo. Contrariamente a outros que não estão” e acrescentou que “estes Gabinetes traduzem-se em riqueza para a terra, sobretudo na área da Segurança Social, raramente avaliado, mas tem um impacto enorme no plano local”.

“Estas são terras que sofreram com a saída, com a partida de milhares e milhares de portugueses e a ligação à nossa Comunidade passa por políticas ativas que têm de ser resolvidas pelos Governos centrais e também pelos Governos locais. Não há outra forma”.

“É magnífico quando as Câmaras municipais estão sensibilizadas para esse trabalho – e é o caso aqui, no Sabugal. É magnífico porque isto não é assim em todo o lado. Nós temos por aí muito trabalho para fazer. Muito envolvimento do território passa por projetos sérios que envolvam todos os que estão e os que não estão, mas que têm a ver com os que estão”.

“Uma coisa que eu fui aprendendo e fui consolidando ao longo dos anos é que quem está fora tem uma relação única com o seu país e as suas terras e eu costumo dizer – e é verdade nua e crua – que o dia de Portugal só se comemora no estrangeiro. Nós temos cá as comemorações oficiais, mas a população que mais comemora o Dia de Portugal é aquela que está fora, são aqueles que choram quando cantam o hino nacional. Aqui ninguém o faz” diz o Secretário de Estado. “E é esse sentimento que nós não podemos esbanjar”.

O Secretário de Estado tem estado, durante este mês de agosto, a visitar alguns dos concelhos do país, ao encontro de autarcas e de emigrantes”.

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