José Cesário e Paulo Simões Ribeiro acolheram emigrantes em Vilar Formoso numa iniciativa da Cap Magellan


Os Secretários de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, e da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, assim como o Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Rui Ribeiro, juntaram-se à operação da associação Cap Magellan, para acolherem emigrantes que foram passar férias a Portugal, no sábado passado, na fronteira de Vilar Formoso.

Os jovens da associação e os governantes receberam, pelo 22° ano consecutivo, os emigrantes com conselhos sobre segurança rodoviária e incêndios florestais, numa campanha anual intitulada “Sécur’été 2024 – Verão em Portugal”.

Na abordagem aos emigrantes, os dois membros do Governo deixaram palavras de acolhimento e reforçaram conselhos. “Cuidado com a estrada. Vão descansando para terminarem a viagem e aproveitem bem as férias”, desejou José Cesário a um casal oriundo da zona de Paris e com destino a Viana do Castelo.

O condutor contou que a viagem tem sido feita com tranquilidade desde quinta-feira. “Faço esta estrada quase há 60 anos. Passei aqui pela primeira vez com 17 anos”, recordou o emigrante.

Para o Secretário de Estado das Comunidades é importante dar uma mensagem de boas-vindas e de agradecimento. “Damos as boas-vindas a esta gente que faz questão de continuar a vir a Portugal, que adora Portugal. Temos de lhes agradecer tudo o que fazem por Portugal e pela divulgação dos nossos valores. Temos de lhes dizer que são bem-vindos e também obrigado por tudo isso que eles fazem”, referiu aos jornalistas.

No contacto com as famílias que passavam, o governante assinalou a emoção com que chegam a Portugal. “Basta olhar para os seus olhos e para as suas palavras. Vêm ansiosos, vêm com uma alegria enorme para reencontrar os amigos e as famílias. Eles adoram Portugal e quem participa numa festa de emigrantes em qualquer parte do mundo percebe muito bem a adoração e o amor que tem a Portugal”, assinalou.

José Cesário admitiu que o desejo é que regressem e que o ideal seria que nenhum português saísse de Portugal. “O desejo é que eles venham e que o país se desenvolva de forma a podermos ter cada vez mais pessoas a regressar e a fixar os jovens”, assinalou aos jornalistas.

Ao LusoJornal, José Cesário referiu que “esta é uma iniciativa que nós apoiamos há já muitos anos, e há outras instituições que se juntaram a esta iniciativa” e acrescentou que a operação “traduz uma coisa muito importante que é que os nossos emigrantes, as nossas Comunidades, são sempre muito bem-vindas a Portugal e quando nós trabalhamos para desenvolver o país, estamos a trabalhar para que todos os Portugueses, independentemente do local onde estão, possam vir para Portugal, desfrutem do seu país e possam ter alegria nas férias que aqui passam”.

Proteção florestal também é assunto

À passagem pela fronteira os emigrantes são também alertados para os cuidados a ter com o uso fogo para evitar incêndios florestais no âmbito da campanha “Portugal Chama”.

O Secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, destacou a importância de se passar também uma mensagem sobre a segurança rodoviária. “É importante recordar aos nossos emigrantes a necessidade de adotar comportamentos responsáveis na estrada procurando com isso que as suas férias sejam o mais agradáveis possíveis”, disse o governante.

Paulo Simões Ribeiro apelou ao sentido de responsabilidade, com a necessidade de fazer pausa, sem manobras perigosas, sem velocidade excessiva e a não usar o telemóvel.

“Os portugueses que vão de cá [França] até Portugal, viajam agora talvez mais espalhados, há menos a questão do mês de agosto, mas, ainda assim, o último fim de semana de julho é sempre dado como um ponto em termos do tráfego rodoviário, tanto na França como na passagem em Vilar Formoso”, disse à Lusa Luciana Gouveia, Delegada-geral da Cap Magellan e coordenadora da iniciativa.

Este ano, a campanha da Cap Magellan tem como novidade o fato de decorrer também uma ação na primeira estação de serviço em Portugal na A25 para abordar os emigrantes que não passam na fronteira. Com a ligação direta da A25 à A62 em Espanha muitos dos emigrantes já não entram em Vilar Formoso.

“Este é o nosso primeiro eixo da ação de prevenção rodoviária e a primeira ação em território português, sabendo que já acompanhámos os emigrantes na viagem, desde o início de julho, estivemos em Bordeaux-Cestas e RDEA, estradas onde passam muitos emigrantes que vêm para Portugal. Acompanhamos em França e agora estamos em território português” confirmou por seu lado a Presidente da associação. Para Lurdes Abreu “há uma quebra de emigrantes”, mas muitos mantêm a tradição de fazer o desvio por Vilar Formoso “por uma ligação emocional”, aproveitando para descansar, comer e tirar fotos.

Três fronteiras para apelar ao descanso na viagem

Lurdes Abreu, a Presidente da Cap Magellan já está radicada em Portugal e é de Portugal que acompanha as ações da associação. Juntou-se à comitiva em Vilar Formoso, no sábado passado, mas a associação também tinha operações em Chaves e em Valença do Minho.

“A campanha está a correr muito bem, porque estamos a encontrar muita gente aberta aos nossos conselhos de segurança rodoviária” explicou ao LusoJornal. “Depois de tantas horas de estrada, muitas pessoas querem é chegar o mais rapidamente possível às suas terras de origem, mas nós temos falado com pessoas, a relembrar que todas as duas horas devem parar 20 minutos, tomar um cafezinho”.

Lurdes Abreu diz perceber perfeitamente que haja pressa em chegar a Portugal, “mas vale mais vir devagarinho, aproveitar a viagem e chegar em segurança, porque basta um segundo para acontecer um acidente e nos carros seguem famílias inteiras. Temos visto, infelizmente, que todos os anos ainda há acidentes”, mas acrescenta que “é muito difícil, é mesmo impossível, dizermos quantos acidentes impedimos de acontecer, porque estamos a fazer prevenção, mas sabemos que fazer prevenção faz a diferença, quer nestas ações quer noutras”.

Alerta para o consumo de álcool durante todo o mês

“A campanha tem dois eixos complementares, um eixo direcionado aos automobilistas”, com uma ação de prevenção na fronteira entre Portugal e Espanha “no fim de semana de maior passagem”, mas também um “eixo complementar direcionado aos jovens, com ações em discotecas e em festivais de música”, disse à Lusa Luciana Gouveia.

A ação de prevenção ao álcool direcionada aos jovens ocorre de norte a sul do país e tem como objetivo “identificar os condutores, quando chegam às discotecas, com a pulseira de um bom condutor, que, no final quando saem, fazem o teste do álcool”, e, em função do resultado, os membros da associação sabem que tipo de discurso devem adotar para prevenir acidentes.

“Se eles estiverem abaixo do nível legal, têm um brinde, se estão acima, o que dizemos sempre é que nós não somos da polícia, nós não podemos prender alguém, nem impedir uma pessoa de conduzir, no entanto, temos sempre maneira de encontrar uma solução, pedir para darem as chaves do carro a outra pessoa, para dormir no carro, para chamar um táxi ou chamar um familiar… enfim, tudo o que possa evitar um desastre” diz Lurdes Abreu ao LusoJornal. “E também o que funciona bastante bem é que, quando há várias pessoas no carro, as outras pessoas fazem pressão junto do condutor para lhe pedir que não conduza, porque não está em estado de conduzir”.

Para Luciana Gouveia, esta ação de sensibilização responde a uma necessidade em Portugal, pela falta de mais iniciativas, e é também uma “ação pilar da associação” da qual faz parte desde 2010.

A Presidente da Cap Magellan, Lurdes Abreu, assume que “conduzir é uma responsabilidade, para quem conduz, mas também para as pessoas que vão no mesmo carro”.

“Entre conduzir e beber, há uma escolha a fazer. Uma bebida pode ser demais e por isso não vale a pena correr o risco”.

Lurdes Abreu diz que há muito tempo não participa em festivais em representação da Cap Magellan, mas este ano vai estar no Festival Mais Solidário, em Castelo Branco. A associação vai estar em várias festas, romarias e discotecas durante as férias. “E também estarei no nosso Encontro europeu de lusodescendentes” confirmou ao LusoJornal.

José Cesário confirma presença na operação da AILD

O Secretário de Estado José Cesário confirmou ao LusoJornal que vai estar presente também numa outra operação, da Associação Internacional dos Lusodescendentes, para agradecer aos emigrantes que foram de férias a Portugal.

“Espero estar cá, é uma iniciativa nova e eu quero estar cá porque, uma coisa é certa, é tão importante dar as boas-vindas como o agradecimento por terem vindo” disse ao LusoJornal. “O país deve tanto às nossas Comunidades, temos de o sinalizar tanto e destacar”.

O Secretário de Estado diz que “aprovamos, apoiamos e incentivamos de forma entusiástica estas iniciativas”.

Em Vilar Formoso, José Cesário aproveitou para destacar o “trabalho de informação” do LusoJornal. “Desejo todo o sucesso ao LusoJornal e que continue sempre a informar os Portugueses que estão em França e não só”.



Mário Cantarinha, com Lusa


LusoJornal