Pascal Halim

Karine Lima e o sonho americano

A lusodescendente Karine Lima decidiu ir para os Estados Unidos e tentar a aventura norte-americana. Em território norte-americano tem tido sucesso como teve em França, onde passou por vários canais televisivos.

 

Como podemos definir Karine Lima?

Eu sou lusodescendente, nasci em Paris, de família portuguesa, e vivi em Paris quase toda a minha vida. Também vivi em Espanha, na Grécia e agora em Los Angeles (Estados Unidos).

 

Como foi a sua carreira?

Desde pequenininha comecei a ser atriz, a dançar também, depois fui apresentadora para a televisão francesa e cheguei a ficar mais de 18 anos na televisão francesa. Acho que é um recorde para uma pessoa que não tem 60 anos (risos). Tudo correu bem, mas precisava de sol, então decidi vir para aqui em Los Angeles, que é espetacular. O que é difícil é estar longe da minha família, aliás a minha avó está sempre a dizer que estou longe. Eu digo que não estou longe, a apenas 12 horas (risos). É o mais difícil, mas eu acho que tenho muita sorte. Aqui em Los Angeles faço de tudo, sou atriz um dia, no dia seguinte sou apresentadora, produtora, mando filmes e publicidades para o mundo inteiro porque tenho a sorte de falar 5 línguas. Consigo falar 5 línguas (risos), há anos que não falava português. Falo português com a minha avó, falo francês com os meus pais, aqui falo inglês e espanhol.

 

É difícil instalar-se em Los Angeles?

Eu conheço alguns portugueses aqui, o Tony Lima por exemplo. Eu até disse que, como se chamava Lima, éramos da mesma família (risos), e ele ajudou-me muito. É muito difícil chegar a Los Angeles e não conhecer ninguém. Primeiro é difícil com os ‘visas’ e os papéis administrativos, é complicado. Não conheces ninguém, era famosa em França, mas aqui não, não és ninguém, e eu adoro isso. Adoro começar de novo tudo. Até posso começar de novo noutro país amanhã, eu adoro isto. A competição não é com os outros, é comigo. Eu adoro aprender todos os dias mais. Eu adoro que pessoas me ajudem, e que eu ajude outras pessoas. O Tony apresentou-me outras pessoas. E também já encontrei um lugar onde vou comer pastéis de nata (risos). Sem pastéis de nata, a vida não presta (risos)!

 

Como é a vida em Los Angeles?

Toda a gente pensa que a vida aqui é espetacular, fácil. Admito que sim, é bonito, tens sol todos os dias, está calor, as palmeiras, mas é uma vida muito cara e muito complicada. Só para viver aqui em West Hollywood, é tão caro que tens de ganhar mesmo muito dinheiro. Nunca é suficiente. A vida é muito cara, o problema aqui é que não é simples ter um seguro de saúde como na Europa. Um seguro de saúde são 500 dólares por mês. Há pessoas que estão a sentir-se mal e que não vão ao hospital porque é muito caro. Esta é a realidade de viver aqui. Mas também acho que toda a gente que tem um sonho e que trabalha muito, e que é positiva, pode ir a qualquer lugar no mundo inteiro e fazer alguma coisa. O meu dia a dia é levantar-me cedo, trabalhar o dia todo, até à meia noite ou duas da manhã, ou três. Tenho sempre de inovar para vender coisas, criar coisas para enviar uma mensagem por exemplo.

 

O que faz nos Estados Unidos?

Eu tenho a sorte de trabalhar como atriz nas publicidades e nas séries, isto é uma coisa que continuo. Mas eu gosto mais de estar por detrás da câmara e descobrir novos talentos. Agora eu tenho um estúdio, e mando publicidades que eu vou criando aqui com pessoas que descobri. Mando também para França, para Portugal, para Espanha e para o mundo inteiro algo que é ‘Spokesperson’, que é ‘vou falar eu’ à câmara para mostrar um produto ou uma empresa. Isto para fazer a promoção de um produto ou de uma empresa. Envio esses vídeos em 5 línguas: Francês, Português, Inglês, Espanhol e Italiano. A minha empresa faz isso todos os dias, produzir conteúdos. Eu como atriz ou como pessoa que fala em frente à câmara.

 

Quer enviar uma mensagem para França?

Eu mando um abraço a todas as pessoas que são positivas e simpáticas. Em França estive na M6, com o M6 Kids, por exemplo, mas também na TF1, no desporto com a Eurosport, Infosport, L’Equipe TV, ITélé, e NRJ 12 durante cinco anos. Os Portugueses estiveram sempre atrás de mim, sempre a apoiar-me. Diziam-me que eu era uma honra para os Portugueses, que represento os Portugueses, é muito complicado para mim, mas é o que me dá mais vontade de continuar. É muito trabalho, mas ter os Portugueses assim atrás de mim, dá-me muita força. O melhor foi aliás quando estive no M6 há três anos, quando Portugal jogou contra a França em futebol. Eu estava no M6 com os Portugueses e festejamos tanto, tanto, tanto, em Saint Maur no 94, e admito que esse momento vai ficar para recordar a minha vida toda.

 

O que pensa fazer no futuro?

Eu acho que agora é tempo de ir para Portugal. Daqui a alguns anos, gostaria de ir para Portugal, trabalhar como atriz, apresentadora e produtora lá. Nunca tentei, quer dizer apresentei duas vezes o Portugal no Coração, foi muito giro, quer no Luxemburgo como em Paris. Acho que ainda vou ficar aqui 2-3 anos e depois gostava de ir para Portugal, Lisboa por exemplo. No entanto o mais importante para mim é ter saúde, que os meus amigos e a minha família tenham saúde, e além do trabalho, mandar uma mensagem positiva às pessoas. Só temos uma vida e temos de aproveitar.

 

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LusoJornal