LusoJornal | António Borga

Legislativas: Carlos Gonçalves lançou campanha em França com fortes críticas ao PS

Carlos Gonçalves, o candidato do PSD pelo círculo eleitoral da Europa às eleições Legislativas de 6 de outubro, lançou ontem à noite, em Aulnay-sous-Bois (93) a campanha eleitoral em França, perante uma sala cheia de militantes e simpatizantes do candidato e do partido. No final das intervenções, Carlos Gonçalves anunciou que o Presidente do PSD, Rui Rio, se desloca a Paris no dia 21 de setembro, para apoiar a candidatura da lista socialdemocrata.

“Esta é uma campanha em que luto contra tudo e contra todos” disse Carlos Gonçalves na sua intervenção, depois de ter falado Paulo Marques, Maire Adjoint em Aulnay-sous-Bois, Joaquim Morais, o Presidente da Comissão política da Secção do PSD/Paris e Élodie Francisco, uma jovem lusodescendente que está atualmente a terminar uma licenciatura em relações internacionais, em Coimbra, militante da JSD.

Paulo Marques disse que o Deputado “tem trabalho feito e reconhecido” e elogiou a “dedicação” de Carlos Gonçalves. “Ele tem sido uma voz real das Comunidades no Parlamento português”.

Joaquim Morais também fez um discurso pequeno. “Ele não tem a tarefa fácil” disse, aludindo ao facto das sondagens não darem vitória ao PSD nestas eleições. “Não basta vir aqui, não basta estar aqui, o importante é isto” e mostrou um boletim de voto que tinha recebido no próprio dia, pelo correio. “É isto que conta”.

Logo no início da sua intervenção, Carlos Gonçalves disse que “a campanha não é feita unicamente estes dias, é o trabalho que se faz ao longo do mandato” e assumiu que “no PSD, todos os Deputados da Assembleia da República são Deputados da emigração, tal como todos os Deputados da emigração são Deputados de todos os territórios de Portugal. Porque nós vemos o nosso país como um todo, um país repartido pelo mundo. Portugal não é o seu território, é o seu povo”.

Carlos Gonçalves acusou o Grupo parlamentar do PS de não ter apresentado, em 4 anos, nenhuma iniciativa parlamentar a favor das Comunidades portuguesas. “Fazer política é resolver o problema das pessoas e eu pergunto-me, como é possível resolver o problema das pessoas se não se apresentam iniciativas parlamentares?”

O candidato alertou os participantes porque “Portugal começa a dar sinais claros de que vamos para um caminho difícil, apertado, complicado e espero que não se repitam momentos do passado”. E acrescentou que “aqui dizem-nos que em Portugal está tudo bem, vocês estiveram agora em Portugal e constataram. Quando se vai ao hospital e aos serviços de saúde… as pessoas têm um receio enorme porque os serviços de saúde estão a viver um dos momentos mais complicados dos últimos 30 anos. O Ministério da justiça tem cerca de 40.000 processos pendentes de pedido de nacionalidade, a maioria deles de pessoas residentes no estrangeiro. Temos pessoas que esperam anos para terem um processo de reforma tratado, porque o Centro Nacional de Pensões não consegue dar a mínima resposta. Até os Consulados, até o melhor Consulado do mundo, que é o de Paris, já tem dois meses de atraso para os atendimentos do Cartão do cidadão, no Luxemburgo vai em 4 meses, no Reino Unido é mais, no Brasil metem 7 e 8 meses para serem atendidos”.

Por isso, o PSD defende que seja criada uma estrutura interministerial que comece a trabalhar em conjunto com vista à criação futura de um Ministério das Comunidades, das Migrações e da Lusofonia.

Carlos Gonçalves criticou também o programa “Regressar” que o Governo criou para apelar ao regresso dos emigrantes. “Querem dar dinheiro aos Portugueses que querem regressar a Portugal. Mas será que o Governo não percebeu que a história das Comunidades portuguesas é precisamente o contrário? Algum de vocês andou a pedir dinheiro ao Estado português? Algum de vocês, na construção da vossa vida precisou do Estado português? Vocês deram dinheiro a Portugal! Foi precisamente o contrário”.

No mesmo dia decorria, em Paris um evento do Partido Socialista, com a presença do Secretário de Estado das Comunidades e já anteriormente esteve em Paris António Costa para apoiar a candidatura de Paulo Pisco. “Quem está aqui hoje, a dar a cara, é o cabeça de lista Carlos Gonçalves” disse o candidato do PSD. “O Partido Socialista tem coisas notáveis, tem iniciativas onde está um candidato pelo Porto, um candidato por Lisboa e um candidato que vive em Lisboa e que é candidato por cá. Então se a lista deles é tão boa, se os seus membros são tão competentes, porque é necessário, nas iniciativas de maior importância, estar sempre o Secretário de Estado das Comunidades? Têm medo que o candidato não diga as coisas corretas? Têm medo que ele não esteja à altura dos acontecimentos? Será que ele não tem capacidade para propor medidas novas? Será que ele não pode defender aquilo que fez ou o que não fez? Quando assumimos uma função, quando somos candidatos, temos de assumir até ao fim”.

É neste contexto que Carlos Gonçalves foi buscar uma frase ao “seu” FC Porto: “contra tudo, e contra todos” e esperou que “haja justiça”. Mas concluiu que “tanto vocês como eu, percebemos perfeitamente, no dia em que deixámos o país, pela fronteira de Vilar Formoso ou de Vila Verde da Raia, que tínhamos de lutar contra tudo e contra todos”.

Depois do evento, cada um levou material de campanha e todos marcaram já na agenda a vinda de Rui Rio a Paris, no dia 21 de setembro.

 

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