Legislativas: Quem é Anastásia Phlix, a Mandatária para a Juventude da lista socialista em França?

“Boa noite, chamo-me Anastásia Phlix. Quero saudar o Primeiro Ministro de Portugal, os candidatos e todos os que estão aqui presentes. Sou lusófona e hoje para mim, ser lusófona o que é? É ser francesa e ter também uma consciência muito forte daquilo que me liga à língua e à cultura portuguesa”. Foi assim que começou o primeiro discurso do comício de apresentação da lista socialista encabeçada por Paulo Pisco, candidato às próximas eleições legislativas pelo círculo eleitoral da Europa.

A apresentação teve lugar na terça-feira desta semana, no Pavillon des Etangs, no Bois de Boulogne, na presença dos candidatos, mas também do Secretário Geral do Partido – e Primeiro Ministro – António Costa, e do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.

“Se hoje estou aqui, na vossa presença, é para vos anunciar o meu apoio ao projeto político de António Costa, à lista do Deputado Paulo Pisco, e também porque assumo com muito gosto este desafio de ser a Mandatária para a Juventude em França”.

Anastásia Phlix é lusodescendente, filha de pai francês e mãe portuguesa. Tem 19 anos e é estudante de medicina.

“Eu posso compreender que talvez alguns de vocês podem pensar que sou muito jovem. E sim, sou jovem, tenho apenas 19 anos. Mas será que há uma idade fixa para nos interessarmos pela política?” interroga-se Anastásia Phlix. “Não devemos esquecer que os jovens de hoje serão os adultos de amanhã”.

“Hoje a juventude está um pouco distante da política, tanto com a política de cá como a política de lá. Mas é bom lembrar que temos um dever moral e cívico em relação ao nosso país de origem, mas também de coração” dizia no seu discurso enquanto o Secretário Geral do Partido e também Primeiro Ministro, António Costa, ouvia atentamente. “Portugal não é só nosso quando a Seleção joga, tanto no Europeu, como no Mundial, ou quando vamos lá de férias. A juventude tem hoje a responsabilidade e o dever de preservar Portugal no mundo, e levá-lo ainda mais longe”.

Quando ainda andava na escola primária, em CM1 e em CM2, “participou durante dois anos seguidos no concurso “Portfolio” organizado pela Embaixada de Portugal em Paris, quando era Embaixador Francisco Seixas da Costa” lembra a mãe, Isabel Phlix, ao LusoJornal. No primeiro ano ficou em 19° lugar, num concurso organizado a nível nacional, com um vídeo sobre a história da bandeira portuguesa. No segundo ano ficou em 9° lugar, contando a história da vinda do avô para a França, a pé, a “salto”.

Por isso, não foi de estranhar que Anastásia Phlix evocasse a emigração do “salto” no seu discurso. “Para que hoje sejamos um povo com língua, cultura e tradições próprias, foi preciso ao longo dos anos ir registando factos, atos que marcaram momentos e épocas e que foram realizados por pessoas valentes, corajosas, orgulhosas das suas origens. Temos nas nossas mãos a herança dos nossos avós, eles abriram caminhos, e cabe-nos a nós de os manter abertos”. Foi aplaudida por uma assistência que conhece bem a experiência de quem veio para França à procura “de um mundo melhor”. “Portugal, está representado em cada canto do mundo através de empresas, na medicina, na mão de obra, engenheiros, no cinema e mesmo na ONU. A nossa língua portuguesa é falada nos quatro continentes, temos a nossa história… e como é rica a nossa história! Até alguns factos que a marcaram, e chegaram a ser difíceis de imaginar, pelo que demonstraram de coragem e no orgulho de ser português. Estas palavras voltam-me a relembrar as longas conversas com o meu avô e a sua partida para a França, ele como muitos, fugindo o regime de Salazar, vieram a salto, à procura de uma qualidade de vida melhor para a sua família”.

“É justamente por esse motivo e pelo futuro que vem pela frente, que temos o dever de participar mais na vida política, nos investir mais no momento das eleições, dar a nossa opinião através do nosso voto, trazer o nosso apoio a quem desenvolve o país e fortalece a relação com as Comunidades. O mais importante é a participação, e ficar sempre ligado a Portugal”.

Antes de terminar, e já mais à vontade no discurso, apesar dos problemas de microfone, Anastásia Phlix afirmou que “Portugal é nosso, a tempo inteiro, temos um dever e o futuro de Portugal somos nós, nós a juventude, mas precisamos do vosso apoio, vocês, gente adulta. Obrigada pela atenção”.

Anastásia Phlix tem “cinto castanho” de Kung Fu. Está habituada a combater. “Começou a praticar ainda criança, com um grupo de adultos que a acolheram principalmente devido à sua motivação. Aliás, representou dois anos consecutivos o seu club na Gala das Artes” conta a mãe.

Ser Mandatária para a Juventude, em França, para apoio à lista socialista candidata às eleições Legislativas, é apenas um primeiro passo na política. António Costa, José Luís Carneiro e Paulo Pisco felicitaram-na. O público aplaudiu e Anastásia Phlix respirou. O primeiro combate estava ganho!

 

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