Lusa / Rui Minderico

Legislativas’22: André Ventura quer vir fazer campanha eleitoral e ‘roubar’ um Deputado ao PSD

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O Presidente do Chega elogiou a “decisão sensata” do Tribunal Constitucional (TC) de mandar repetir as eleições no círculo da Europa, considerando que seria “vergonhoso anular 80% dos votos”, e anunciou que terá iniciativas junto das Comunidades emigrantes.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o Deputado André Ventura defendeu que o recurso do Chega – foi um dos cinco partidos que recorreu ao TC nesta matéria – “foi bem colocado” e considerou que o tribunal “não tinha alternativa senão anular aquele ato eleitoral”.

“A decisão parece-nos sensata”, afirmou.

Sobre a fase que antecederá a repetição das eleições legislativas na maioria das assembleias do círculo da Europa, André Ventura questionou como poderão agir os partidos, uma vez que a lei não prevê qualquer período de campanha eleitoral. “Acho que os partidos, mesmo num regime jurídico pouco claro, sobretudo os que tiveram muita presença nesta votação, devem fazer um esforço para participar em ações de informação política aos nossos emigrantes. Eu próprio vou fazer isso, viajarei para a Europa já no início da próxima semana, quer na Suíça, quer no Luxemburgo, quer em França”, afirmou, dizendo que, no último caso, já tinha previsto participar na campanha presidencial de Marine Le Pen.

Questionado se considera possível, com esta repetição, o Chega eleger um Deputado, André Ventura admitiu que será muito difícil, já que apenas são eleitos dois Parlamentares pelo círculo da Europa, tradicionalmente repartidos entre PS e PSD. “Vamos fazer tudo ao nosso alcance para roubar um Deputado ao PSD. Há um objetivo que é mantermos o terceiro lugar, se for possível conquistar um Deputado pela Europa, mas reconhecendo que é muito difícil”, afirmou.

O até agora Deputado único – o Chega subiu de um para 12 Deputados nas Legislativas de 30 de janeiro – defendeu que deveria existir “uma reunião entre os líderes partidários” para debater esta matéria. “Vamos ver o que a Comissão Nacional de Eleições tem a dizer sobre isso. Mas mesmo correndo o risco de haver menos participação, nenhum agente político poderia ficar contente com 80% dos votos anulados”, afirmou.

André Ventura defendeu ainda que a alteração da lei eleitoral neste ponto seja “das primeiras coisas a fazer” na próxima Legislatura, assumindo também a sua parte de responsabilidade. “Nós não temos grande desculpa aqui, incluindo eu próprio, tivemos dois anos e meio para fazer esta alteração”, disse.

 

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