Lídia Jorge falha Prémio Femina mas ainda é finalista do Prémio Médicis



A escritora Lídia Jorge, que tinha o seu romance “Misericórdia” na lista de finalistas para o Prémio Femina 2023 de melhor romance estrangeiro publicado em França, viu o prémio ser atribuído ontem a Louise Erdrich. O Prémio Femina 2023 principal de melhor romance francês foi atribuído a Neige Sinno pelo romance autobiográfico “Triste tigre” editado pela Pol. O Prémio Femina 2023 de melhor ensaio foi para Hugo Micheron.

Lídia Jorge vai saber esta quinta-feira, dia 9 de novembro, se ganha o Prémio Médicis de melhor livro estrangeiro, já que “Misericórdia”, traduzido para francês por Elisabeth Monteiro Rodrigues, está na lista dos finalistas com outros 8 títulos.

“Misericórdia” tem-se destacado no mercado livreiro francês, tendo já vencido em agosto o Prémio para Melhor Livro Lusófono publicado em França, atribuído pela redação da revista literária Transfuge. A obra foi muito bem recebida pela crítica e esteve entre os principais destaques da ‘rentrée’ francesa.

“Misericórdia” foi escrito por Lídia Jorge, porque a mãe, internada numa instituição para idosos, no Algarve, várias vezes lhe pediu que escrevesse um livro com aquele título.

A história decorre entre abril de 2019 e abril de 2020, data da morte da mãe da autora, que foi uma das primeiras vítimas da Covid-19 no sul do país.

Segundo a escritora, este não é um livro “mórbido” e a sua escrita não lhe suscitou sentimentos de tristeza ou dor. Antes, é um “livro sobre o esplendor da vida que acontece quando as pessoas estão para partir”, sobre os “atos de resistência magníficos, que as pessoas têm no fim da vida”.

“Misericórdia” ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela 2022 da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

Em abril passado, Lídia Jorge foi distinguida com o Prémio Vida Literária da APE e, em setembro, com o Prémio Eduardo Lourenço de carreira.

Em 2019, a escritora foi finalista do Prémio Médicis com o romance “Estuário”.

LusoJornal