Livro “Un Printemps en Provence”, de Anaté Merger – Um encontro entre a França e a Coreia

[pro_ad_display_adzone id=”37509″]

 

A brasileira Anaté Merger chegou a França em 2004 e instalou-se em Aix-en-Provence com o marido, francês, dedicando-se a partir de então à escrita e à promoção turística dessa região francesa.

Formada em jornalismo, detentora do mestrado em Comunicação Internacional, Anaté Merger, quando vivia no Brasil, trabalhou como jornalista durante dezassete anos, sete deles na Globo, e, já a viver no sul de França, manteve a ligação à escrita e à língua portuguesa, tendo já publicado um guia turístico e sete romances, entre os quais o seu mais recente – “Uma Primavera na Provence” – publicado no Brasil pela Editora Sarvier em março de 2021 e cuja tradução francesa – “Un Printemps en Provence” – foi lançada no Hexágono pela Éditions Le Poisson Volant no mês passado.

Dos seus livros anteriores destaque-se a trilogia “Sagrados” que explora a lenda da vinda de Maria Madalena para o sul de França no século I.

Já este “Un Printemps en Provence” trata a relação entre Sophie Favre, uma professora de francês em Aix-en-Provence, e Keun-Suk, uma celebridade do Kpop (música pop sul-coreana), que, sofrendo ambos de perturbações psicológicas (a autora recebeu o apoio de duas psicólogas para melhor estruturar a construção das suas personagens), se vai desenvolvendo ao ponto de quase significar a rutura do casamento da protagonista.

Sophie Favre é uma professora e dona do Instituto de Francês para Estrangeiros, uma escola herdada dos pais e que recebe diversas pessoas vindas de todos os cantos do mundo. Tentando realizar o sonho da falecida mãe, ela arranca com um estaleiro de obras, resolvida a expandir e a melhorar as condições oferecidas pelo instituto. Porém, as coisas não correm bem e o financiamento esgota-se. Entretanto, o marido recebe uma oferta de emprego que a forçará a trocar a França metropolitana pela Reunião. Este novo fator colocará o casamento debaixo de uma grande tensão.

É então que surge Keun-Suk. Fugido do estrelato e da fama que o esmagam na Coreia do Sul, o jovem apresenta uma psicologia frágil, fruto de uma relação desestruturada com a própria mãe. Keun-Suk encontra na Provence e no Instituto de Francês para Estrangeiros o refúgio que sempre almejou.

Keun-Suk surge na vida de Sophie como um tsunami inesperado, sendo ao mesmo tempo a solução e o problema, trazendo com ele dilemas e esperanças, obrigando Sophie a fazer as escolhas certas. Ou não.

Um romance inspirado pelas Dorama japonesas e coreanas – programas de ficção que oscilam entre as séries tradicionais e as telenovelas – e que, talvez por ter sido escrita durante os períodos de confinamento em França, nos apresenta dois protagonistas frágeis, receosos de saírem das respetivas zonas de conforto, como que vivendo cativos dos próprios medos.

Um romance simultaneamente ligeiro e denso que apresenta a escritora franco-brasileira Anaté Merger ao público francês.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

LusoJornal