Livros: “Comme dit la chanson” é o novo romance de Alexandra Vieira

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A lusodescencente Alexandra Vieira acaba de publicar o seu segundo romance “Comme dit la chanson” editado pelas Editions Plumes de Marmote, na Coleção Adonis, que já tinha editado “Júlia Florista”.

No primeiro romance Alexandra Vieira levou o leitor para o universo do Fado, pelas mãos da heroína, Christine, uma professora, casada com Gilbert, com desejos de ser mãe, e que acaba por encontrar Ruben, um jovem estudante, também guitarrista de fado, que a leva a descobrir o mundo fadista de Paris.

Desta vez, a heroína é Anna, mas o universo da música mantém-se apesar de se tratar agora de Country, de Jazz, de Soul… A paixão de Alexandra Vieira pela música começa no Fado – também canta Fado nas horas livres e o marido acompanha fadistas à viola. “Eu ia de propósito a Lisboa para ouvir o Marco Rodrigues, por exemplo” contou ao LusoJornal – mas comprova-se neste segundo livro que vai muito mais além da música das suas raízes.

Se em “Júlia Florista” Christine vive uma paixão com o jovem Ruben, em “Comme dit la chanson” o enredo começa quando Anna descobre que é enganada pelo marido, Marc, depois de 15 anos de casados. A heroína do livro descobre que o marido tem um caso com Manon e encaixa dificilmente o impacto desta traição.

Se a mulher traída consegue seguir em frente, é graças à força que recebe das filhas gémeas, Jeanne e Angèle, da avó Mamili, que foi mais do que uma mãe, da coach desportiva Tatyana e da professora de canto.

Alexandra Vieira nasceu em Paris há 43 anos, filha de pais portugueses. A família vem de Monção, no Minho, e transmitiu-lhe uma “forte ligação” a Portugal ao ponto de ter ido estudar um ano em Coimbra, no quadro do programa Erasmus. “Claro que a França e Portugal são dois países latinos, com uma cultura semelhante, mas há diferenças e eu senti que a minha cultura era tanto francesa, porque, claro, fui criada cá, como portuguesa, porque os meus pais trataram de nos dar – a mim e à minha irmã – uma ligação à literatura portuguesa e às tradições, tanto populares como académicas” explicou ao LusoJornal Alexandra Vieira.

A heroína deste romance talvez tenha herdado algo das origens minhotas da autora. Talvez a resiliência que faz com que aquela que tanto se sacrificou para deixar lugar à carreira do marido, tenha encontrado forças para continuar a viver e realizar também os seus sonhos mais profundos.

No livro que agora publica há também o pianista Erwan. As páginas que contam o primeiro concerto e os momentos de “debriefing” depois do concerto, em cima do piano, são centrais neste romance. Alexandra Vieira já nos tinha habituado a momentos de sensualidade, contados de forma direta, sem rodeios, mas com graça. “Para acabar em beleza este concerto, tenho vontade de fazer bilhar ainda um pouco mais a tua luz interior” diz Erwan. “E como vais fazer?” diz Anna quando já sente a mão de Erwan acariciar-lhe o joelho. “Procurando-a no mais profundo de ti mesmo. Queres?”. E cinco parágrafos depois, ela ainda pergunta: “Erwan, não me queres beijar antes de…”. “A Senhora quer respeitar o protocolo?”

Tal como já tinha acontecido com “Júlia Florista”, o livro está cheio de referências a canções conhecidas. De “Mélissa” de Julien Clerc, a “Voilà, c’est fini” de Jean-Louis Aubert, passando por “Je suis malade” de Dalida e Serge Lama, “Fly me to the moon” de Franck Sinatra, “I put a spell on you” de Nina Simone ou “The right time” de Ray Charles.

Alexandra Vieira foi professora de letras durante 10 anos, trabalhou em vários ministérios e reconverteu-se agora na comunicação, trabalhando como jornalista “pigista” na Radio 107,7 das autoestradas Vinci.

“Comme dit la chanson” é uma obra a ler absolutamente, à lareira, nos dias frios do inverno que se aproxima a passos largos.

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LusoJornal