Livros: “Un Kava en Angola”, de Michaël Hervé Louzé – Uma viagem em Angola

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A primeira coisa que perguntarão: “o que é o Kava?” ou, caso conheçam esta exótica e contestada planta, perguntarão “qual a relação entre uma planta que cresce nas ilhas do Oceano Pacífico e Angola?”. Ora, é isso mesmo que Michaël Hervé Louzé pretende responder neste livro.

Mas o que é afinal o kava? A primeiro elemento a levar em conta é que esta planta, para Michaël Hervé Louzé, já não tem segredos, não fosse ele um habitante de Vanuatu, um paraíso insular do Pacifico Sul, e um comerciante de Kava há mais de 20 anos.

A kava-kava é uma planta muito utilizada, quase sempre a sua raiz, na medicina tradicional polinésia para tratar casos de ansiedade, agitação ou tensão. As suas substâncias ativas, conhecidas como kavalactonas, segundo alguns estudos, parecem atuar de uma forma muito semelhante a de alguns medicamentos ansiolíticos, regulando a ação do neurotransmissor GABA no cérebro. Assim, o kava-kava, dizem os seus defensores, pode ser uma excelente opção de tratamento natural para casos de ansiedade e agitação.

Os efeitos da kava: anestesia ligeira da língua e dos lábios, a que se segue um certo comportamento eufórico e, por fim, um relaxamento muscular que conduz a um sono reparador. Para as comunidades da Polinésia, que a consomem há milhares de anos, a kava é considerada uma bebida segura e agradável. Por isso, foi com surpresa que o autor, em 2003, se viu confrontado com a sua interdição de venda na Alemanha, medida que foi depois igualmente adotada em vários países europeus. Razão, alguns estudos afirmam que a kava-kava é tóxica para o fígado. O autor, que vive do comércio da planta, não concorda, salientando que “a toxidade não é maior do que a da aspirina” e culpa “os lobbies das Big Pharma” pela sua interdição na Europa. Estamos a falar de um negócio de milhares de milhões de euros.

Foi então o comércio da kava que levou o autor a uma impressionante descoberta de “um país que ele desconhecia totalmente”: Angola.

Para Michaël Hervé Louzé, este país com “ao norte, imensas florestas virgens e, ao sul, um grande deserto, um país soberbo e rico em história, onde o turismo é praticamente inexistente”, a descoberta de Angola foi como beber uma taça de chá de kava, deixando-o num salutar estado de euforia.

Para um lusófono que conhece Angola, as suas paisagens e a sua História, não deixa de ser refrescante esta visão quase “virgem” de alguém que descobriu inesperadamente um lugar que desconhecia totalmente e que situa “nos confins de África”. A surpresa do autor é quase pueril, no bom sentido da palavra: “um país perdido no sul de África, mas com ligações aéreas semanais ao Rio de Janeiro, a Lisboa e a Havana… um país da África negra onde se fala português”. O sorriso do leitor é inevitável.

Um livro útil para quem quiser descobrir os segredos da kava e tiver vontade de descobrir Angola através de um olhar contaminado por um efeito de amor à primeira vista, o de Michaël Hervé Louzé por Angola.

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LusoJornal