LusoJornal | António BorgaMaria de Medeiros considera que o cinema português deve muito à crítica francesaCarlos Pereira·Cultura·7 Dezembro, 2024 A atriz e realizadora portuguesa Maria de Medeiros foi a madrinha da primeira edição do novo Festival de cinema português Olá Paris. O festival teve lugar no fim de semana passado, no Club de l’Etoile, organizado pelos irmãos Fernando Ladeiro Marques e Wilson Ladeiro. O LusoJornal entrevistou Maria de Medeiros. . Este é o primeiro Festival de cinema português em Paris. Não é estranho que ninguém tenha ainda pensado nisto antes? É verdade que é surpreendente que não tenha existido antes um Festival de cinema português. É verdade que o cinema português está presente em França, está presente em Paris, devemos muito à crítica francesa que sempre foi a primeira a reconhecer os grandes autores portugueses, o Manoel de Oliveira e todos os que se seguiram. Realmente a França conhece o cinema português, apoia, produz, distribui… mas não havia nenhum Festival dedicado ao cinema português. Também penso que deve ser algo que deva surgir dos Portugueses e realmente os irmãos Fernando e Wilson Ladeiro tiveram essa ideia. São Portugueses e sendo Paris uma cidade com tantos Portugueses, é uma ideia que deve crescer, com certeza. Os Portugueses que vivem em Paris devem ter consciência que temos também este património e devem aproveitar – numa situação de festival, que é sempre uma situação festiva, em que se reúnem várias personalidades – uma seleção que é excelente, é do melhor cinema português que está aqui representado. . Aderiu facilmente ao convite para ser Madrinha do festival? Claro. Aderi de imediato a este convite tão simpático para ser a Madrinha do Festival e apoio mil por cento, acho que é uma ideia excelente e os artistas portugueses que estão aqui presentes estão muito felizes também por terem sido convidados pelo festival. Então, tudo o que eu puder ajudar e promover, estou disponível, com certeza. . 24 anos depois de ter saído, o seu “Capitães de Abril” continua a ser programado. Como encara esta longa vida do filme? Realmente, este ano tem sido muito comovente para mim, porque o filme foi restaurado, está como novo, e realmente pelos 50 anos da Revolução portuguesa, o filme tem sido mostrado por toda a parte. Eu não paro, estou num rodopio e 24 anos depois da estreia do filme é como se voltasse a estrear. Há duas semanas estava em S. Paulo, depois foi mostrado na Itália, aqui em França em muitíssimos festivais, por toda a parte… ontem estava na Bélgica… Tem sido muito bonito, realmente, ver o filme servir também para esta celebração. . Apesar de morar aqui, tem acompanhado o cinema português? Sim, sempre me interessa muito o cinema português. Estão sempre a aparecer novos criadores extremamente interessantes. Depois há também artistas veteranas, como a Margarida Cardoso que está aqui, ou pessoas como o Tiago Guedes, que têm vindo a fazer uma obra super interessante, ou a Claudia Varejão… Eu tento estar sempre muito atenta ao que se faz em Portugal.