Marie-Hélène de Oliveira, recém-eleita Presidente da Academia do Bacalhau de Rouen

Existem apenas três mulheres a assumir a presidência de Academias do Bacalhau: Célia Stamford no Recife, Isabel Delgado em Setúbal e Marie-Hélène de Oliveira em Rouen. Estivemos à conversa com a Presidente eleita a 3 de fevereiro, para um mandato de dois anos.

 

Há quanto tempo está envolvida na Academia do Bacalhau de Rouen?

Estou envolvida desde o início, desde 2010. Na altura, éramos apenas cinco: os Compadres José Stuart, Joaquim Monteiro, José Silva, Jorge Pina e eu. Fui a única mulher desde o início.

 

Desempenhou algum cargo nas outras Direções?

Eu fui Secretária durante a presidência do Compadre Stuart e, quando o Compadre Joaquim Monteiro foi eleito Presidente, tornei-me Vice-Presidente.

 

O que a levou a candidatar-se ao cargo de Presidente?

Tenho muito orgulho em participar na Academia do Bacalhau, para ajudar pessoas. E a certa altura indaguei-me sobre o porquê de não haver senhoras como Presidentes. Falei com toda a gente, o Compadre Joaquim Monteiro perguntou se eu queria servir como Presidente e eu disse «porque não?». Fiz a minha lista, foi aprovada a 100%.

 

Como vê o facto de ser uma senhora a desempenhar este papel quando, tradicionalmente, estes cargos são ocupados por homens?

Em 2010, mesmo no início da Academia do Bacalhau de Rouen, fizemos um passeio ao Porto e ao Douro com a Academia de Paris. E houve uma pessoa de quem eu gosto muito, a Comadre Antónia Gonçalves, que fez um discurso no hotel, no Yateman. Ela fez um discurso para dizer às mulheres que estavam lá para se inscreverem e serem mesmo Comadres, não apenas acompanhantes. A dona Antónia foi uma das primeiras Comadres de Paris e, desde então, a Academia de Paris recebeu muitas Comadres e desenvolveu-se bastante. Foi uma coisa que me ajudou a depois candidatar-me a ser Presidente. Não são só os homens que podem ser Presidentes, as mulheres podem fazer as coisas tal e qual como um homem. O discurso dela foi uma coisa que me marcou muito.

 

Sente uma pressão maior para desempenhar este cargo por ser mulher?

Não. Para mim, as pessoas que me acompanham na Direção são muito importantes. Não é só por ser Presidente que sou mais que os outros, e todos contribuem de forma igual. Presidente é mais no papel, na prática somos uma equipa.

 

Quais são os objetivos desta Direção?

Estamos a preparar a lista de associações que vamos ajudar este ano na altura do Natal. Vamos ajudar a Academia do Bacalhau de Paris na Roupa Sem Fronteiras, como já fizemos o ano passado. Vou também ver com a Comadre Paula de Sousa, de Paris, como é que podemos ajudar a campanha que estão a fazer no Patronato São José, em Chaves.

 

Quando é que assume a Direção da Academia de Rouen.

Já assumi. No entanto, nós ajudámos os Bombeiros de Portugal e era o Compadre Joaquim Monteiro o Presidente o ano passado, quando se angariou o dinheiro. E para mim era importante ser ele, que era Presidente na altura, a entregar o cheque aos Bombeiros, o que se vai realizar no fim-de-semana de 20 a 23 de abril. Além disso, na semana seguinte há a oficialização da Academia do Bacalhau de Bordeaux, por isso eu vou lá com o Compadre Stuart, enquanto o Compadre Monteiro vai transmitir o cheque aos bombeiros.

 

O que significa, para si, fazer parte da Academia do Bacalhau?

É viver pelos valores de amizade, portugalidade e solidariedade.

 

Direção

Presidente: Marie-Hélène de Oliveira

2º Presidente: José Stuart

3º Presidente: Joaquim Monteiro

Secretária: Catherine Vieira da Rosa

Secretária: Glória Silva

Encarregada de protocolo: Brigitte Ollivier

Tesoureiro: José Manteigas

Comunicação: Jeremy Manteigas

 

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