Marielle, presente! A resistência brasileira em debate em Paris

O Comité Marielle France de Toulouse (FAL) organizou em Paris no espaço “La Colonie”, na terça-feira passada, dia 24 de setembro, um encontro sobre o tema da resistência brasileira.

Este encontro procurou apresentar a ação de redes e coletivos dedicados, em primeiro lugar, a prestar homenagem à vida e ao trabalho político da vereadora municipal Marielle Franco, em particular pela ocasião da inauguração do jardim Marielle Franco em Paris, bem como os atuais projetos de apoio aos movimentos sociais no Brasil que daí resultaram.

O assassinato de Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março de 2018 ao sair de um evento intitulado “Juventude Negra em Luta!”, provocou até hoje a indignação mundial. Embora não se saiba quem a matou, segundo a organização “podemos suspeitar que a sua luta sobre a fiscalização e contra a corrupção e a violência policial lhe tenha sido fatal. Permanecendo sem nenhuma notícia até à data sobre quem ordenou o seu assassinato, pode-se imaginar que sua execução foi realizada por forças paramilitares e armadas”.

Marielle Franco é atualmente um símbolo de luta, essa força ressurgiu nas manifestações públicas no Brasil e em outros locais, o que revela um verdadeiro impulso de solidariedade e resistência.

A organização coloca a pergunta “Como reagir a essa cultura de violência e medo, cujas raízes são historicamente baseadas numa economia colonial e esclavagista, que sempre infligiu um modo de sobrevivência e de exílio?”

A homenagem a Marielle Franco, neste encontro também foi um apoio aos projetos de lutas, centrados no Nordeste do Brasil como o projeto de saúde Pataxo. Em parceria com a rede do Tecnoxamanismo e a Associação dos Povos do Pataxó. Este projeto visa a construção de uma casa de saúde e de um consultório médico que inclua os conhecimentos originários e a permacultura, a agrofloresta e a ecologia social.

Essa noite também foi a oportunidade, através de uma mesa redonda, de entender o papel crucial que desempenham os movimentos sociais LGBTQI +, feministas e artísticos. Vários depoimentos e análises políticas esclareceram a sequência que levou Jair Bolsorano ao poder. A organização explica que o Brasil “menor” ou o “alter-Brasil” estão diretamente ameaçados e é necessário inseri-los no coração da organização da resistência a esse novo regime que se define como racista, homofóbico, misógino, defensor da tortura, que encoraja, na violência, a destruição da Amazônia.

O encontro contou com as presenças da professora Silvia Capanema, da artista plástica Cecília Cavalieri, do representante do FAL Inocêncio Raísa, da representante do coletivo feminista Marielles Flora Mangini e da ativista LGBTQ +, escultora e performer Lyz Parayzo.

 

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LusoJornal