Presidência da República | Rui Ochoa

Mensagem de Ano Novo do Presidente da República Portuguesa

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Muito boa noite.

Portugueses. Caros Compatriotas.

Bom ano de 2022 é o meu voto, sincero e amigo. Para todas e todos vós. Vivendo nos Açores, na Madeira, no Continente ou espalhados pelo mundo, que há muito é a vossa casa. E, em especial, para as Forças Armadas, as Forças de Segurança e os civis, em mandatos que prestigiam o nosso nome nos cinco continentes.

Há precisamente um ano, também em Janeiro, tive a honra de receber a missão de vos acompanhar até 2026.

Continuemos, então, juntos, essa caminhada por Portugal.

 

No segundo passo do nosso percurso não começou em dias fáceis.

Quase seis meses foram, aqui e lá fora, ainda mais duros do que 2020, em pandemia, paragem económica, crise social, descompensação nas pessoas e desgaste nas instituições.

Resistimos, contivemos, vacinámos, reabrimos escolas presenciais, pusemos a economia a arrancar, exportámos, recebemos turistas outra vez, ensaiámos começar de novo.

Tivemos ainda tempo para reeleger, por aclamação, António Guterres, nas Nações Unidas, e aprovar, na nossa Presidência Europeia, o certificado digital, os fundos para os próximos anos e a Lei do Clima.

Tudo no meio da pandemia. Que teimou em persistir no final do ano. E que nos obriga, serena mas teimosamente, a testar, vacinar, resistir, e com ela aprender a conviver.

Com a paciência de quem já viveu quase novecentos anos, já ganhou, Já perdeu e já recuperou a independência, já teve milhentas crises, ultrapassou-as o melhor que pôde e que soube. Mas, desta vez, tem muito mais a fazer para recuperar o tempo perdido.

 

Portugueses. Caros Compatriotas.

Costuma dizer-se que Ano Novo, Vida Nova. Pois, este 2022, tem de ser mesmo Ano Novo, Vida Nova.

Num mundo, com menos pandemia, mais crescimento, menos pobreza, mais empenho nos desafios do clima, menos egoísmo de povos e Estados, mais atenção ao custo imediato da vida, da energia e dos bens básicos.

Numa Europa, com mais convergências, menos esperas, mais reconstrução, menos desigualdade, mais aposta na juventude, menos solidão para aqueles já não jovens, sobretudo nos países em rápido envelhecimento.

 

E Portugal? E o nosso Portugal?

O que podemos e devemos querer para ele e fazer por ele, em 2022? Nós que, este ano, recordamos duas décadas de independência de Timor-Leste e dois séculos de independência do Brasil.

Nós podemos fazer muito e muito mais.

Consolidar, Decidir, Reinventar, Reaproximar, Virar a página.

 

Consolidar o percurso para a superação da pandemia.

Estamos encaminhados. Mas falta o fim dos fins.

Janeiro a Março será o tempo crucial para que o Inverno ajude a fechar um capítulo da nossa História e converta preocupações e aflições em esperanças e confianças.

 

Decidir.

Decidir a Assembleia da República e o Governo para os próximos quatro anos.

Uma Assembleia da República e um Governo com legitimidade renovada.

Uma Assembleia da República que dê voz ao pluralismo de opiniões e soluções. Um Governo que possa refazer, também ele, esperanças e confianças perdidas ou enfraquecidas, e garantir previsibilidade para as pessoas e para os seus projetos de vida.

 

Reinventar.

Reinventar, todos nós, as vidas congeladas, adiadas, trucidadas pela pandemia. Tentámos, muitos de nós, fazê-lo em 2021. Não deu, em tantos casos. Tem de dar em 2022. Recriando, com imaginação, determinação, teimosia se preciso for. Usando fundos que são irrepetíveis, com transparência, rigor, competência e eficácia, combatendo as corrupções e os favorecimentos ilícitos.

 

Reaproximar.

Reaproximar, que é uma forma de dizer redescobrir a solidariedade. Cuidar dos mais sacrificados pela pandemia, pelo desemprego, pela insolvência, pela paragem da vida.

Os mais pobres, os mais idosos, os mais doentes, os portadores de deficiência, os desamparados na escola, na busca de profissão ou de casa, na integração numa sociedade diversa, feita de emigrantes que partem e regressam, e de imigrantes que chegam e partem.

E, em particular, olhando para as crianças, cujo futuro tem ficado esquecido pela prioridade dada aos chamados grupos de risco.

Elas e eles – todos aqueles que vivem no passeio, sem sol da rua da nossa vida comum – vão demorar muito mais tempo a aprender a reviver após o que sofreram.

Finalmente, e em três palavras – virar a página.

 

O ano que findou prometia ser um fim e um recomeço. Mas não foi.

Esboçou esse recomeço, tarde e timidamente.

O ano que hoje iniciamos tem de virar a página.

Consolidando, decidindo, reinventando, reaproximando.

Retomemos a caminhada juntos.

Eu estou presente. Mais do que nunca.

Conto convosco. Mais do que nunca.

Bom 2022.

Para o nosso Portugal.

Para cada uma e cada um de todos vós, que bem o mereceis.

 

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LusoJornal