Serge Tenani

Miguel Oliveira, primeiro português no Moto GP

Miguel Oliveira, que compete com uma KTM e pertence à equipa francesa Tech3, vai realizar o seu 6° Grande Prémio no Moto GP, classe rainha do Mundial de motociclismo, a 2 de junho no Circuito de Mugello, em Itália.

Na precedente prova, em França, o piloto português acabou no 15º lugar na corrida de Moto GP do Grande Prémio de França, quinta prova do Mundial de motociclismo de velocidade, que se disputou em Le Mans. O vencedor da prova foi o Espanhol Marc Marquez (Honda). O melhor francês foi Fabio Quartararo (Yamaha) que acabou no 8° lugar, enquanto o segundo e último francês presente na prova foi Johann Zarco (KTM) que terminou no 13° lugar.

O piloto português da KTM, que fez a sua melhor volta ao circuito francês em 1’33.785 minutos, acabou no 15° lugar a 36.044 segundos do vencedor, arrecadando um ponto para a classificação no mundial da modalidade.

De notar que, a duas voltas do final, o Português da equipa Tech3 foi penalizado em 1,5 segundos por ter cortado caminho entre as curvas 09 e 10 do circuito francês, perdendo um lugar para o seu companheiro de equipa Hafyzh Syarhin (KTM) e terminando no 15° lugar.

No Mundial da modalidade Marc Marquez lidera com 95 pontos. Fabio Quartararo ocupa o 12° lugar com 25 pontos, Johann Zarco está na 15ª posição com 10 pontos, e Miguel Oliveira ocupa o 18° lugar com 8 pontos.

Recorde-se que o piloto natural de Almada, de 24 anos, é o primeiro português a disputar uma prova da classe rainha do Mundial de motociclismo em mais de 20 anos, sucedendo a Felisberto Teixeira, que participou no Grande Prémio de Espanha de 1998, em Jerez de la Frontera, no campeonato de 500cc, antecessor do Moto GP.

O LusoJornal falou com Miguel Oliveira, piloto português de 24 anos natural de Almada, abordando a sua experiência na equipa francesa, o público português presente em Le Mans e sobretudo a prova francesa.

A corrida acabou por ser difícil?

Uma corrida muito complicada. O tempo que passamos em piso seco não foi muito. Apesar dos esforços da equipa, não acabei por me sentir totalmente bem e rápido durante a corrida. O facto do Pol Espargaró ter sido bastante mais rápido do que nós, deixa-me um pouco frustrado, porque quer dizer que há muitas coisas que estão a funcionar para ele e não para nós. Mesmo para o Zarco (ndr: piloto francês da KTM), recordista aqui no ano passado, que deu tudo e que lutou muito com a moto, o resultado não foi o melhor. Neste momento temos que nos sentar um pouco e procurar as respostas às nossas questões sobre o porquê da moto não nos permitir andar mais rápido, do que aquilo que somos capazes. É uma fase importante para analisarmos o que estamos a fazer para melhorar num futuro próximo.

O resultado, 15° lugar, e o ponto angariado são satisfatórios neste primeiro ano no Moto GP?

Nunca é bom terminar nos últimos lugares, sobretudo quando um colega de equipa que tem sensivelmente a mesma moto consegue um melhor resultado. Neste momento até tenho dificuldades em julgar a minha prova e em dar indicações à minha equipa. Nunca é fácil ter a moto perfeita, porque de vez em quando tiras de um lado para ficar melhor e do outro fica pior. No entanto queremos continuar a procurar mais velocidade para sermos mais competitivos. Acho que é possível. É frustrante quando a equipa dá tudo, eu dou tudo e o resultado não é o melhor. Foi a nossa quinta corrida, podia ter sido melhor, mas estamos a tentar melhorar a moto o máximo possível para sermos mais competitivos.

Havia muitos portugueses nas bancadas…

É habitual para mim ver muitas bandeiras portuguesas aqui em França. É talvez o Grande Prémio com mais portugueses a seguir a Jerez de la Frontera. É muito bom correr sempre com público compatriota.

Está numa equipa francesa e o Grande Prémio foi em França, havia mais pressão?

Não havia pressão nenhuma. Claro que queremos sempre fazer boa figura no Grande Prémio da casa da equipa, mas não há nenhuma pressão adicional por isso. É um Grande Prémio como os outros.

Como tem sido a experiência na equipa francesa Tech3?

Tudo tem corrido bem na Tech3, não tive problemas em adaptar-me bem ao estilo de trabalho deles. Tudo tem sido muito positivo.

 

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LusoJornal