Missa em Paris em memória de Sá Carneiro lembrou sobretudo Américo Alves Couceiro

No domingo passado, dia 6 de dezembro, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Paris, no boulevard Sérurier, teve lugar a Missa mandada rezar pelo núcleo do PSD em Paris, em memória de Francisco Sá Carneiro e Francisco Pinto Balsemão, ambos antigos Primeiros-Ministros de Portugal, e do histórico dirigente do PSD Paris Américo Alves Couceiro.

“Esta é uma missa que existe praticamente desde a morte de Francisco Sá Carneiro, Primeiro-Ministro de Portugal, foi uma morte trágica de alguém que tinha estado aqui nas Comunidades portuguesas. Foram os fundadores do partido que mandaram organizar os primeiros ofícios religiosos e depois tornou-se uma tradição, porque através da honra que fazemos à memória de Francisco Sá Carneiro, mostramos também uma forma diferente de fazer política” explicou ao LusoJornal o Deputado do PSD eleito pelo círculo eleitoral da Europa, Carlos Gonçalves.

Este ano a missa evocou também e a memória de Francisco Pinto Balsemão, recentemente falecido, também cofundador do partido e também antigo Primeiro-Ministro, “e associámos também um dirigente do PSD Paris, que foi o Américo Alves Couceiro, que foi uma figura da Comunidade portuguesa da região parisiense, até porque jogou muitos anos futebol nos Lusitanos de St. Maur”.

Carlos Gonçalves lembrou que “nós, muitas vezes temos uma visão que só se está na política para se ter cargos, para se ter lugares, ora o Américo era nosso dirigente, fazia parte do partido há muitos anos, e nunca pediu nenhum lugar, nunca desejou nenhum lugar, era uma voz crítica, por vezes nós entendíamos que ele até ia um pouco longe, mas era a voz do cidadão comum nas discussões políticas, e era a prova que se pode fazer política sem se ter objetivos de ter cargos, e por isso marcou muito os militantes do PSD de Paris. Ele era o exemplo do que é fazer política nas Comunidades. Aqui não há lugares para distribuir, nem na Junta de freguesia, nem nas Câmaras municipais, nem nas Associações de bombeiros, nem nas Santas Casas da Misericórdia, não há absolutamente nada, há apenas um lugar de Deputado, que eu tenho a honra de ocupar neste momento, e o Américo era o exemplo daqueles que deram muito do seu tempo em prol das Comunidades portuguesas, não procurando absolutamente nada no plano pessoal”.

Interrogado pelo LusoJornal, o Deputado eleito pelo PSD afirmou que Américo Alves Couceiro “pelo estilo próprio que tinha, era uma pessoa muito querida, tanto aqui como em Penacova, mais particularmente na sua terra, Carvoeira, onde estava a passar férias quando começou a sentir-se mal” e depois acrescentou que “sinceramente, hoje, independentemente do Francisco Sá Carneio, independentemente do Francisco Pinto Balsemão, eu acho que os militantes que aqui estiveram, tinham um sentimento mais profundo da memória do Américo Alves Couceiro, que era alguém que nos era particularmente querido pela forma como estava na política, e que era um exemplo, porque a ideia que as pessoas têm na política é que há um conjunto de interesses, um conjunto de objetivos individuais, mas não, há pessoas que estão na política apenas para servir a sociedade e neste caso as Comunidades portuguesas”.

Américo Alves Couceiro “tinha em França duas organizações que para ele contavam muito: uma era o PSD, a outra eram os Lusitanos. Sobre o PSD, cada um tem a sua orientação política e temos que a respeitar. Quanto aos Lusitanos, é algo que faz parte da nossa Comunidade” disse Carlos Gonçalves ao LusoJornal, visivelmente emocionado. “Estou com alguma emoção porque era muito amigo pessoal dele e quando vínhamos aqui à missa, era sempre eu que o trazia e eram conversas extraordinárias, com uma voz crítica, achava que devíamos fazer isto ou aquilo, mas repito, sem procurar absolutamente nada em retorno. É esta humildade na política que por vezes nos falta. O Américo era um exemplo para muitos dos militantes que estão aqui hoje”.