Raízes Home Comunidade Na região de Grenoble: Jantar para ajudar Sílvia Alves, “a Guerreira”Patricia Guerreiro·20 Março, 2019Comunidade No passado dia 9 de março, no restaurante Au Vieux Moulin, em Versoud (38), teve lugar um jantar para recolha de fundos para ajudar Sílvia Alves. O gerente do restaurante, Laurent Bouilloud, e José Domingos, Presidente da Associação do Verde Minho de St Martin d’Hère, na região de Grenoble, conseguiram reunir num jantar-dançante cerca de 150 pessoas, respondendo a um apelo com determinação no sentido de ajudar Sílvia Alves. Entre os participantes estava a equipa do programa de rádio Raízes, da região de Lyon, e para animar a noite estava Filipe Ribeiro Animações. Quem é Sílvia Alves? O LusoJornal esteve à conversa com a família residente na região Isère. Sílvia Alves tem 25 anos, é otimista, sempre de sorriso no rosto e uma grande força de viver. Nasceu prematura, aos 6 meses de gestação, com falta de oxigénio. Os médicos diagnosticaram uma deficiência motora, mas as faculdades mentais estavam intactas. Os primeiros tratamentos começaram quando ainda era pequena e foram feitos em Guimarães. Uma vez que em França não encontraram especialistas à altura deste desafio e todos aqueles que visitaram consideraram que não haveria possibilidade de melhorias para a sua deficiência. Foi graças a um Centro médico, em Guimarães, que Sílvia Alves conseguiu vencer a sua primeira batalha: andar de joelhos. Em 2010, com 17 anos, o médico informou-a que a “última solução” seria fazer uma operação cirúrgica aos músculos adutores das coxas e das ancas. Ou seja, introduzir placas aparafusadas a fim de alargar os ossos das ancas, evitando a fricção dos joelhos quando andasse. Materiais desconhecidos, num corpo débil, seria a decisão certa? Certa ou não, Sílvia Alves fez a operação, pois a equipa médica disse-lhe que ela arriscaria de perder a maioria das suas capacidades motoras caso não a fizesse. Mas esta operação não se passou como o médico idealizou. Surgiram complicações nos 45 dias depois da operação. Um dos quinze parafusos deslocou-se e Sílvia Alves teve de ser novamente submetida a uma nova operação cirúrgica para retirar este parafuso. Apareceu novamente uma complicação: desta vez a algodistrofia, uma doença rara e muito dolorosa que se instala nos músculos. As dores são de tal forma fortes, que os médicos não sabem como as tratar. E como surgiu esta doença? A família da Sílvia Alves conta-nos que “foi tudo derivado às operações. Os músculos, os nervos, o corpo ficou fragilizado”. Mas Sílvia Alves não desiste e passou mais um ano e meio num Centro de reeducação em Rocheplane. O balanço não foi muito positivo, perdeu algumas capacidades devido à falta de força nos músculos. A família ficou dececionada com o médico que a seguia, uma vez que não conseguiu o objetivo pretendido. Certo dia, uma amiga de Sílvia Alves falou-lhe de uma clínica em Espinho, perto do Porto. Os pais ficaram reticentes, pois a confiança nos médicos já era mínima. Mas, “enquanto houver vida há esperança” e acreditaram que houvesse alguma solução. Explicaram o histórico de Sílvia Alves a estes novos médicos portugueses. E em janeiro de 2018 descobrem as instalações da Clínica em Espinho. Reunidos todos à mesa, Sílvia Alves e a sua família, analisaram os tratamentos indicados pelo novo médico. Foram propostos três tratamentos de reeducação. Os resultados foram imediatamente visíveis, as capacidades outrora perdidas com a operação de 2010 foram recuperadas aos poucos. A família não acredita em milagres, mas considera que Sílvia Alves melhorou bastante a sua autonomia na vida quotidiana. Aumentou também o seu peso. Sílvia Alves mudou-se temporariamente para Portugal, pois o primeiro tratamento começou em abril, o segundo em agosto, o terceiro em novembro de 2018. Hoje caminha para o seu quarto tratamento. Estes tratamentos representam um elevado custo, o que para esta família da zona de Grenoble é um orçamento fora da média, necessitando da ajuda de terceiros em prol da saúde e felicidade da sua filha. Foi com esta finalidade que, com a ajuda de José Domingos, se realizou esta Festa de Solidariedade. Desde o início que José Domingos abraçou esta causa e tenta fazer o máximo com os seus conhecimentos para ajudar esta família. Sempre a encorajar Sílvia Alves, para que “nunca baixasse os braços”, José Domingos tem vindo a acompanhar a sua evolução e diz sentir-se muito feliz com os resultados demonstrados. Foi Laurent Boulloud, gerente do restaurante e o seu ajudante Pascal, que confecionaram este jantar gratuitamente. Foi angariado um total de 2.700 euros para a reeducação desta jovem, que tem uma força incrível de viver. Jérôme Boetti di Castano, Maire-Adjoint de Sassenage (38), com o Pelouro do quadro de vida e da democracia participativa, também esteve presente, entre outras personalidades da Região da Isère. Por fim as palavras de Andreia Cardoso, irmã da Sílvia Alves, vieram do coração: “Obrigado a todos os que estão aqui hoje e que já estiveram presentes noutros eventos, por partilharem estes momentos connosco. Tinha tantas coisas para vos dizer, mas fico-me por aqui. Agradeço-vos do fundo do coração. Vocês dão uma preciosa ajuda à minha irmã Sílvia”. Sílvia Alves precisa ainda de muita ajuda para vencer esta batalha. Quem estiver interessado pode entrar em contacto com a irmã, Andreia Cardoso, através das redes sociais “andreia.portuguesa.1”. [pro_ad_display_adzone id=”20816″]