«Na senda dos soldados da freguesia de Palaçoulo Miranda do Douro 1914-1918» um trabalho de formiga de Celina Busto Fernandes

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Na sequência da publicação do livro “Na senda dos soldados da freguesia de Palaçoulo – Miranda do Douro 1914-1918», o LusoJornal entrevistou a autora deste trabalho, Celina Maria Busto Fernandes, livro no qual evoca a participação de um grupo de soldados, de um batalhão, da região de Miranda do Douro, na I Guerra mundial em terras da Flandres francesa.

Foram dois anos de trabalho durante os quais Celina Busto “viveu com 15 homens e as suas histórias”.

Foram quinze os soldados da freguesia de Palaçoulo que em 1917 embarcaram para Brest e daí para a frente da batalha, na Flandres.

Estávamos no dia 7 de abril de 1917 quando o Regimento de Infantaria 10 (RI 10) de Bragança recebeu a ordem de mobilização de um Batalhão. 1.229 homens começaram a embarcar às 3h45 do dia 22 de abril de 1917. Os soldados mirandeses, dos quais faziam parte os 15 soldados da freguesia de Palaçoulo, vão assim entrar progressivamente naquela que ficou conhecida como a Grande Guerra.

Celina Busto, grande conhecedora sobre a participação de Portugal na I Guerra mundial, pelas visitas ao Norte de França, pela recolha de documentação, entrevistas de familiares dos 15 soldados, decide passar, em 2018, à fase seguinte: a escrita.

Vão ser dois anos de histórias para recriar, de forma escrita, as recordações, as conversas que devem ser imortalizadas, 100 anos depois do Armistício. Era importante recolher pedaços de conversas, recolher documentação junto de filhos daqueles que foram os “representantes” de uma freguesia, em terras de França, terras de batalha.

“Na senda dos soldados da freguesia de Palaçoulo – Miranda do Douro 1914-1918”, podemos dizer que começa a ser pensado, a ser trabalhado, na mente de Celina Busto, no momento em que, ao abrir uma gaveta, encontra algo cujo destino, à priori, seria o lixo. Trata-se de um par de óculos, um mapa, uma agenda, uma fotografia de soldado,…

A curiosidade de Celina Busto conduziu a uma descoberta: estes bens pertenciam a Francisco do Rosário Fernandes, bisavô do seu marido e trisavô da sua filha. Celina Busto descobre uma história, e a partir deste primeiro relato, 14 outros surgiram, 15 soldados a lembrar, a homenagear, a não esquecer. Para tal, a forma escolhida pela autora foi a edição, em dezembro de 2020, deste livro que ao mesmo tempo serve de testemunho do que viveram os 55 mil soldados do Corpo Expedicionário Português (CEP).

Os 15 soldados que participaram na Batalha de La Lys, todos eles acabaram por regressar a Portugal, contudo nem todos regressaram no mesmo momento, tanto mais que alguns deles foram feitos prisioneiros.

“Na senda dos soldados da freguesia de Palaçoulo” é um livro que se lê quase como um romance. Nele são evocados os acontecimentos principais da participação do CEP na Grande Guerra, seguimos também, quase, o dia a dia do Regimento de Infantaria 10. Na parte final do livro, Celina Busto lembra os 144 soldados do concelho de Miranda do Douro que participaram na Grande Guerra, com dados biográficos de cada um deles.

“Na senda dos soldados da freguesia de Palaçoulo – Miranda do Douro 1914-1918” de Celina Busto, um trabalho de formiga, editado neste inverno de 2020, que nos faz lembrar, imaginar, o quanto estes homens sofreram em terras de França. Sofrimentos que muitos dos 55 mil soldados nunca evocaram aos seus filhos, aos seus familiares e amigos, contudo, são histórias que, fruto da paixão de gente como Celina Busto, acabam por renascer um século depois.

O livro tem edição de autor.

Celina Busto, professora de profissão, não faz aqui a sua primeira experiência enquanto escritora, porque já editou “Ecos do Passado, Vozes do Presente – Literatura Oral e Tradicional dos Concelhos de Vinhais e Chaves” e “As Minas de Ervedosa 1906-1969”. Dois livros de história regional, dois livros de recolha de dados e de memórias que, sem a ação de Celina Busto, teriam seguramente desaparecido.

 

“Na senda dos soldados da freguesia de Palaçoulo – Miranda do Douro 1914-1918” pode ser adquirido junto da autora

Mail: celina.busto@gmail.com

 

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LusoJornal