LusoJornal / Mário Cantarinha

O 25 de Abril do dirigente associativo José Barros

O 25 de Abril representava um futuro de liberdade e, ingenuamente, o fim da emigração com um regresso possível a Portugal sem guerra e sem repressão. No 25 de Abril de 74 tinha um encontro com um militante da associação “A Liga Portuguesa do Ensino e da Cultura Popular” na “Gare du Nord” para uma reunião sobre o Movimento associativo português. Esperava por aquele amigo no princípio da linha e, quando o avistei ao longe no cais, entre a multidão de viageiros que chegavam, fiz-lhe o gesto do V de vitória com a mão. Ouvira a rádio francesa anunciar um golpe de Estado e o jornalista dizia que as ruas de Lisboa estavam cheias de gente a apoiar os soldados. O meu amigo, todavia, ao aproximar-se aconselhou-me a calmar o meu entusiasmo porque não havia certezas do que poderia acontecer… Pouco tempo antes o Kaúza de Arriaga tentara um golpe ultra fascista e àquela hora do nosso encontro, seriam umas cinco da tarde, ainda não tínhamos certezas. Fomos para a reunião prevista e ninguém tinha outras informações. Nos dias que seguiram houve uma manifestação nas proximidades do Consulado de Paris onde participei com muitas centenas de portugueses…

 

José Barros

Dirigente associativo

 

Testemunho recolhido para o LusoJornal, no quadro da Exposição sobre os 40 anos do 25 de Abril, do fotógrafo Mário Cantarinha, publicado na edição em papel do LusoJornal de abril de 2015.

 

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