O filme “Territórios Ocupados” de José Vieira projetado no festival MDOC de Melgaço

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“Territórios Ocupados” é o novo documentário do realizador português radicado em França José Vieira, realizador, por exemplo de “A foto rasgada”. O filme foi apresentado esta semana no Festival Internacional de Documentário de Melgaço (MDOC).

José Vieira nasceu em Oliveira de Frades, emigrou com os pais para França em 1965, quando tinha apenas 7 anos de idade. Vive e trabalha atualmente entre os dois países.

“Territórios Ocupados” fala dos “baldios” e do facto do Estado ter, em 1941, retirado os “Baldios” às aldeias, alegadamente para “florestar”. O filme foi gravado em 2022 na serra do Caramulo, mas há vários anos que José Vieira estuda este assunto.

Esta “expropriação” dos terrenos comunitárias foi, na opinião do realizador e dos testemunhos recolhidos, “violenta” e “injusta”. Com imagens lentas dos trabalhos rurais, na serra, José Vieira conta porque foram expropriados os terrenos e quais os projetos do Estado, enquanto os habitantes que sofreram diretamente os efeitos desta “florestação forçada”, queixam-se da miséria e da emigração que resultou desta operação, mas evocam também como muitos tiveram de trabalhar na florestação e como outros entraram em “resistência”.

Para além de “Territórios Ocupados” (2022) e de “A fotografia rasgada” (2022), José Vieira realizou ainda outros “verdadeiros testemunhos da emigração”, como por exemplo “Crónica de uma fuga anunciada” (2000), “O país aonde nunca se regressa” (2005), “Os Emigrantes” (2009), “O pão que o diabo amassou” (2012) e “A Ilha dos ausentes” (2016).

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LusoJornal