Opinião: 50° Aniversário do 25 de Abril, Dia da Liberdade – três livros de Manuel do Nascimento


O 25 de Abril de 1974, só perdura se não perdermos a memória.

Hoje e mais além…

O ensino da liberdade…

Os direitos da democracia, é assunto de atualidade, mas também tem que continuar mais além.

O ensino da liberdade e democracia tem que estar nas escolas “Educar para a liberdade”. A educação muda as pessoas.

Explicar o que foi o regime ditatorial entre 1926-1974, e as guerras coloniais entre 1961-1974.

Explicar que havia resistências em Portugal contra o regime salazarista. Houve sempre alguém que disse não à ditadura. Não devemos ignorar.

Explicar ainda o processo militar do 25 de Abril de 1974.

Nunca é demais esclarecer e denunciar permanentemente o que foi o fascismo e quais foram as suas tristes mãos criminosas e consequências em Portugal, mas também no mundo.

Se o 25 de Abril de 1974 deu a Liberdade aos Portugueses, os nossos políticos durante 50 anos não souberam criar Cidadãos. Portugal mudou de regime, mas, muitos cidadãos ainda não mudaram de mentalidade (como disse Zeca Afonso a 25 de Abril: agora é preciso formar as camadas populares).

Portugal é o segundo país mais envelhecido da Europa (Pordata), e portanto, os jovens têm que salvaguardar a democracia em Portugal.

Não é tarde demais.

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O objetivo destes três livros, é de tentar equacionar uma síntese atualizada dos momentos essenciais do que foi o 25 de Abril de 1974, da conquista da liberdade e democracia em Portugal, e, o que foi possível fazer em liberdade e democracia em Portugal depois do 25 de Abril de 1974.

Estes livros são ainda a distância mais curta para a ignorância.

Não se pode esperar mais 50 anos para tanto lembrar este dia, mas sim, cada ano, senão a luta no país contra o fascismo e os que fizeram o 25 de Abril, vai para a gaveta do esquecimento.

Ainda há muitos portugueses, quer nascidos depois do 25 de abril de 1974 ou por ignorância ou ainda porque já se esqueceram o que era Portugal antes do 25 de Abril, para eles, este dia não é mais do que um dia feriado em Portugal, por vezes confundido com o Dia de Portugal.

Hoje, mais do que nunca, a liberdade e a democracia em Portugal estão em risco.

Estes livros, são justamente uma luta contra o esquecimento e o silêncio em certos setores.

Cabe-nos afinal, lutar para manter a Liberdade e a Democracia, os três “D” do MFA (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver).

Se as duas primeiras foram já conseguidas, ainda falta muito para a terceira, e isto, tem que passar pelo ensino nas escolas, ano após ano.

Querer é a minha divisa. Deixar para os meus filhos, netos e bisnetos um país democrático.

A liberdade não bateu à porta. Foi preciso conquistá-la, e muitos (as) sofreram ou morreram nas prisões da PIDE salazarista.

O 25 de Abril de 1974, é um dia a jamais esquecer. Foi o início de uma nova era, um dia para recordar. Os homens do 25 de Abril de 1974 fizeram cair o Adamastor de 48 anos e ofereceram a Liberdade, dando a sua vida.

Não se pode minimizar o fascismo em Portugal, porque os portugueses já não se encontravam uns com os outros, porque já não havia confiança, e isto não se pode esquecer.

Ocorre-me: O Povo Unido jamais será vencido! Pois, a democracia Unida jamais será vencida!

Em 1974, e segundo o economista Dr. Carlos Carvalhas: por 100 escudos gastos pelo Estado, 54 escudos eram para a Guerra na África, enquanto os Portugueses eram mal informados do que se passava na África.

Em 1969, o Capitão Salgueiro Maia (1944-1992) teria dito: Não morrerei sem ver o meu país libre. Era uma grande aposta, e conseguiu.

Como disse Tonicha na festa do emigrante em Lisboa (onde estive presente) no mês de agosto de 1974: Os soldados, no rosto traziam a verdade, e nas baionetas já floriam cravos.

No mês de agosto de 1974, os emigrantes em Portugal: vieram para ver, e levaram o seu país novo e livre.

Em 2024, além da festa, da evocação, da reflexão e da ação, lembro que celebramos dois aniversários – os 50 anos do 25 de Abril e os 50 anos de Democracia.

Manuel do Nascimento
Escritor

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Livros do autor sobre o 25 de Abril:

“Lição de Liberdade – 25 de abril de 1974”

Editado em Lisboa em fevereiro de 2024

“Otelo Saraiva de Carvalho et la Révolution des Œillets

Editado em Paris em fevereiro de 2024

“La Révolution des œillets au Portugal (Chronologie d’un combat pacifique)”

Reeditado em Paris em 2024 (bilingue francês/português)

LusoJornal