LusoJornal / Mário Cantarinha

Opinião: Boas Festas

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A quadra natalícia é um tempo especial para todos e, muito especialmente, para os Portugueses que residem fora de Portugal. Desde logo, porque o Natal é um momento de exaltação da família e dos seus valores, um momento de reencontro com os amigos, com as nossas terras de origem e com as seculares tradições associadas a esta época tão relevante para nós.

O Natal representa o valor medular da família, algo que para todos aqueles que tiveram de deixar o seu país é de extrema importância, pois é, muitas vezes, na segurança das suas famílias que muitos dos nossos compatriotas encontram a coragem para enfrentar as dificuldades do seu dia a dia.

O Natal é, para muitos de nós, a felicidade do reencontro ou a saudade que aumenta pela distância que não pode ser ultrapassada. É o apego às nossas mais enraizadas tradições e à memória das aldeias e cidades que deixámos em Portugal e, acima de tudo, é um momento de grande exaltação dos valores e da cultura portuguesa. É, sem qualquer dúvida, mais um dos planos de grande afirmação das nossas comunidades que, mesmo fora do seu país, nunca esquecem a sua identidade lusitana mais profunda.

Tal como digo há muito tempo, as Comunidades portuguesas são a extensão natural do nosso país que de crise em crise viu as suas gentes a embarcar nessa grande aventura que é a emigração. Uma aventura que permite hoje a Portugal ter, nas gentes da emigração, um elemento fundamental da sua afirmação externa ao mesmo tempo que continuam a assumir um papel de enorme relevância no desenvolvimento do país e dos seus territórios.

As Comunidades devem ser assim entendidas como um fator de engrandecimento de Portugal no mundo, quer no plano político, quer no plano económico, quer ainda no plano da língua e da cultura. Portugal não pode mais viver de costas viradas para a sua diáspora.

Isso é por demais evidente, perante um mundo que vive dias difíceis e que se depara com novos desafios que, por más razões, nos fazem lembrar dos episódios mais negros da história contemporânea, como foi o caso da II Guerra mundial e de toda a destruição por si gerada.

Após a pandemia que a todos mobilizou e que teve consequências que ainda não são tangíveis na sua totalidade, o continente europeu viu ressurgir mais um conflito que, por efeito direto ou por causas colaterais, quebra equilíbrios geopolíticos consolidados e gera ondas de choque para os nossos países e economias. Naquilo que poucos conseguiram prever, vivemos hoje uma situação que quebrou um período de paz, segurança, estabilidade e desenvolvimento, que foi a grande conquista das democracias europeias.

Numa escala diferente, mas fundamental para o país e para os Portugueses, convém salientar que no ano que agora finda, devido ao facto de termos tido eleições legislativas, o Governo criou as habituais expectativas “eleitorais” que, infelizmente, mais uma vez, estão a ser defraudadas.

Os problemas recorrentes que acompanham a relação das Comunidades portuguesas com o seu país, não só não se resolveram, como se agravaram, sendo o melhor exemplo a situação que vive a nossa rede Consular. Expectativas defraudadas porque, talvez como nunca, houve condições para fazer mais e melhor numa área cada vez mais periférica nas preocupações do Governo e, infelizmente, não me estou a referir à geografia.

Os Portugueses residentes no estrangeiro, ao anteciparem o ano de 2023, ambicionam apenas que os serviços do Estado no estrangeiro os possam servir de forma condigna, que a oferta do ensino de português seja uma efetiva realidade, que sejam reduzidos os constantes obstáculos de âmbito administrativo que limitam o investimento no nosso país e que, já agora, de uma vez por todas sejam realizadas as eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas. É tempo de acabar com esta situação ridícula de ver mandatos de quatro anos transformados em oito. Perante isso, é normal pensar que em Portugal não somos levados a sério!

Apesar dos enormes desafios com que nos confrontamos, desejo que o ano que brevemente se inicia, seja um ano positivo para Portugal e para os Portugueses.

Um ano em que a paz regresse ao nosso continente e que os valores da democracia e da solidariedade sejam a bússola das nossas sociedades.

A todos desejo um Santo Natal e um próspero Ano Novo.

 

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