Opinião: Podemos falar a sério sobre a relação entre a TAP e os Emigrantes?Carlos Pereira·Opinião·18 Julho, 2025 O Governo anunciou na semana passada que vai iniciar, enfim, o processo de privatização parcial da companhia aérea TAP. Não foi nenhum anúncio surpreendente porque, há muito que se conhecem as diretivas de Luís Montenegro sobre esta matéria. Para quem se bate, como eu, contra a invisibilidade dos emigrantes no espaço público português, este é sempre um momento interessante onde tanto os “pró”, como os “contra”, evocam a emigração. Os “contra” dizem que a companhia “de bandeira” nacional existe para apoiar os emigrantes e os “pró” garantem que o Estado mantém-se na companhia, precisamente para garantir que a TAP continuará a ser a companhia aérea dos Portugueses residentes no estrangeiro. Assisto eu a este debate e tentei lembrar-me quando fiz o meu último voo na TAP. Na verdade, já não me lembro. Certamente foi há mais de… 10 anos. E sabem porquê? A TAP voa para Paris e não devem faltar voos entre a capital francesa e os principais aeroportos internacionais portugueses. Mas, quando vou comprar um bilhete de avião, o meu critério de escolha é o preço. Como não sou rico, procuro os bilhetes mais baratos. E onde está a TAP? Não está! Está a Ryanair, a Transavia, até está a Vueling e a Air France. Pelo passado, quando a TAP mantinha uma presença junto da Comunidade aqui residente, tinha uma delegação em Paris, com um Diretor Geral aqui, com uma equipa aqui, que tomava decisões aqui, em função do mercado. E agora? Pelo passado, a TAP comprava publicidade no LusoJornal e nos outros jornais e rádios da Comunidade portuguesa de França. Comunicava com os Portugueses. Há muito tempo que não o faz, afastou-se completamente da Comunidade, ignora-a, está-se nas tintas para a Comunidade. Então ouço os discursos dos políticos com um olhar diferente deles. Mas esta é apenas a minha opinião!