Participação portuguesa na I Guerra mundial evocada pela associação France Portugal de Oloron Sainte Marie

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A Associação France Portugal Europe de Oloron-Sainte-Marie (64), nos Pirenéus Atlânticos, inaugurou no sábado passado, na Galerie Revol, uma exposição intitulada “Racines” concebida pelo Office du Tourisme de Béthune-Bruay, sobre os descendentes de soldados portugueses do Corpo Expedicionário Português (CEP) que combateram em França durante a I Guerra mundial.

Na inauguração esteve presente a Comissária de Exposição, Aurore Descamps-Ronsin, bisneta do soldado João da Assunção e neta de Felícia da Assunção, falecida na semana passada.

Numa cerimónia à qual assistiu o Cônsul Geral de Portugal em Bordeaux, Mário Gomes e dois autarcas de Oloron-Sainte-Marie, Aurore Descamps-Ronsin apresentou os 24 painéis da exposição e apresentou os 17 entrevistados – descendentes dos soldados que responderam a uma pergunta da Comissária da exposição: “Ter um ascendente soldado do Corpo Expedicionário Português, fez de si um Francês diferente?”.

A exposição foi apresentada pela primeira vez em Richebourg, durante as cerimónias do Centenário da Batalha de La Lys, na presença do Presidente da República Portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois da apresentação da exposição foi apresentado o filme documentário “Les Héritiers de la Bataille de La Lys” do jornalista Carlos Pereira.

A Maire Adjointe Anne Barbet, com o pelouro das “Dinâmicas associativas” elogiou o trabalho da Associação France Portugal Europe, assim como a exposição e o documentário projetado. Raymond Villalba, Conselheiro municipal comparou este trabalho de memória com o trabalho que ele próprio tem desenvolvido sobre o Camp de Gurs, um campo de concentração que acolheu Republicanos espanhóis depois da Guerra civil naquele país, e por onde também passaram cerca de 350 Portugueses.

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A Associação France Portugal Europe atravessa atualmente grandes dificuldades e a Presidente Elsa Godfrin queixa-se dos parcos apoios municipais. Os atuais locais da associação, cedidos pela autarquia, estão num estado avançado de degradação e as muitas exposições que a associação concebeu, estão a estragar-se. “Houve infiltrações no primeiro andar e tem estragado tudo o que temos no andar de cima. Tivemos de descer as exposições, livros e artesanato para o andar de baixo, que também está extremamente húmido e não podemos fazer qualquer atividade neste espaço” diz Elsa da Fonseca Godfrin.

O casal Elsa e Christian Godfrin, que tem dinamizado a associações desde a sua fundação em 1987, não tem encontrado sucessores e defrontam-se com a hipótese de terem de dissolver a associação.

O Cônsul Geral de Portugal em Bordeaux, que se deslocou propositadamente para assistir a este evento, elogiou o trabalho da exposição e do documentário, mas enalteceu também o trabalho da associação portuguesa que tem sabido promover a cultura portuguesa e as relações entre a França e Portugal.

Mário Gomes evocou a relação entre os dois países, “por vezes complicadas” como por exemplo durante as três Invasões de Napoleão, “mas que não impediram a Portugal de estar ao lado da França, quando foi necessário preservar as fronteiras do país”.

A sessão terminou com um momento fadista, com a artista portuguesa residente em Biarritz, Anne Marie Palaze, acompanhada pelos seus músicos.

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LusoJornal