Petrolífera francesa Total suspende operações em Moçambique

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A petrolífera francesa Total, que manifestou na quarta-feira a intenção de retomar os trabalhos para exploração de gás no norte de Moçambique, anunciou ontem a suspensão das suas operações após um ataque ‘jihadista’ em Palma.

A Total “não tem vítimas a lamentar no pessoal que trabalha no local do projeto” em Afungi, a 10 quilómetros da localidade de Palma, mas vai “reduzir os trabalhadores ao mínimo” e a “reativação do projeto ponderada esta semana fica suspensa”, de acordo com um comunicado citado pela AFP.

O ataque desencadeado na quarta-feira na vila de Palma e que ontem entrou no quarto dia é o mais grave junto aos projetos de gás após três anos e meio de insurgência armada à qual a sede de distrito tinha até agora sido poupada.

Fontes contactadas pela Lusa disseram que Palma continuou ontem ocupada por rebeldes armados, enquanto prosseguiam operações para evacuar a vila e também a zona dos projetos na península de Afungi.

Cerca de 200 expatriados refugiaram-se no hotel Amarula, em Palma, desde quarta-feira à tarde, quando o ataque armado à vila começou. Entre eles há trabalhadores de várias nacionalidades ligados às empresas que trabalham no projeto de gás natural liderado pela petrolífera francesa Total.

Na quinta-feira, começaram operações de resgate do hotel para dentro do recinto protegido da petrolífera Total, a seis quilómetros, ações que continuaram na sexta-feira, altura em que uma das caravanas foi atacada, disse à Lusa fonte que acompanha as operações.

Pelo menos um empreiteiro sul-africano foi morto e vários outros encontram-se desaparecidos, noticiou ontem a imprensa sul-africana. Um português ficou ferido numa operação de resgate de Palma, confirmaram as autoridades portuguesas.

A violência que grassa desde outubro de 2017 está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes. Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

 

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LusoJornal