Ponte da Barca e Ballancourt-sur-Essone assinaram Protocolo de geminação


Um Pacto de Geminação entre os municípios de Ponte da Barca e de Ballancourt-sur-Essone (91) foi assinado no sábado passado, dia 25 de maio, pelo Maire de Ballancourt, Jacques Mione e pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca, Augusto Marinho, na presença do Comandante Sérgio Silva Pinto, Adido de Defesa de Portugal, em representação do Embaixador de Portugal em França.

Em Ballancourt-sur-Essone reside uma grande Comunidade de portugueses oriundos de Ponta da Barca, e também estava presente na cerimónia, o Presidente da Associação portuguesa local, André Amorim.

A cerimónia começou com os hinos nacionais de Portugal e da França, seguidos dos discursos oficiais pelos Presidentes dos dois municípios e pelo Adido de Defesa. Antes da assinatura do Pacto de Geminação, houve ainda lugar à interpretação de uma canção por um coro de lusodescendentes e franceses.

Na sua intervenção oficial, o Comandante Silva Pinto teve o cuidado de ser “pedagógico” e dar uma autêntica aula da história das relações entre a França e Portugal. “A relação entre a França e Portugal precede mesmo a formação dos nossos dois países, tal como os conhecemos atualmente. Com efeito foi um Bourguignon que deu corpo, no início do século XII, ao condado que se tornou depois, o primeiro Reino de Portugal. Uma história com mais de 900 anos, que nos lembra magníficos castelos medievais como o de Lindoso, em Ponte da Barca, mas também o Château du Saussay, que acabo de visitar aqui em Balancourt”.

O Comandante Silva Pinto, da Marinha portuguesa, lembrou os “momentos de proximidade”, mas também de “tensões” entre Portugal e a França, como por exemplo as Invasões de Napoleão. “Não é por acaso que, na aurora do século XX, Portugal e a França são as duas únicas Repúblicas na Europa e esta ‘geminação republicana’ será uma das razões pelas quais o Estado português participa na I Guerra mundial ao lado da França. Milhares de soldados portugueses morreram em poucas semanas no campo de batalha no Pas-de-Calais, um ato heróico na defesa dos valores de liberdade e de justiça que celebramos com orgulho, todos os anos, lado a lado, com as autoridades francesas”. E depois acrescentou que “muitos dos soldados que sobreviveram ao pesadelo da I Guerra mundial, ficaram em França, tornando-se assim a primeira grande vaga de imigrantes portugueses neste país. Algumas décadas mais tarde, a França tornou-se no primeiro destino da emigração portuguesa durante os anos 60 e até ao 25 de abril de 1974, cujo cinquentenário celebramos este ano. Mais de 500 mil portugueses instalaram-se em França, escapando assim ao contraste económico e social que imperava em Portugal durante a ditadura. A grande maioria de entre eles, e os seus filhos, não são apenas Portugueses, mas são Franceses de origem portuguesa e são cidadãos que honram a França e Portugal, como todos os que estão aqui presentes”.

O Adido de defesa referiu que “cada vez mais, as relações são intensas. Primeiro destino da emigração portuguesa e país de acolhimento da nossa maior Comunidade no estrangeiro, parceiro europeu democrático, aliado político dos militares, os dois países estão emplicados na preservação dos oceados, e colaboradores da ação económica de primeiro plano. Hoje, vivemos também um período de descoberta invertida, porque milhares de cidadãos e empresas francesas instalam-se em Portugal para aí viverem e trabalhar”.

Sérgio Silva Pinto disse ser “uma honra” estar a representar o Embaixador de Portugal nesta cerimónia e sublinhou o relevante contributo deste tipo de iniciativas de geminação para o fortalecimento dos laços de amizade e de cooperação entre os dois países, nos domínios político, económico, social e securitário.