Português da Suíça quer ser candidato a Presidente da República para resolver problemas dos emigrantesCarlos Pereira·Política·24 Setembro, 2024 João Carlos Veloso Gonçalves, um emigrante português residente em Bülach, pertíssimo do Aeroporto de Zurique, na Suíça, quer apresentar candidatura às próximas eleições presidenciais portuguesa e para isso procura obter as 7.500 assinaturas necessárias. É empresário, fundador da Revista Repórter X, “escritor de 7 obras literárias editadas, entrevistador em todas as áreas sociais, poeta, crítico” e é mais conhecido por “Quelhas”. É Minhoto e afirma que “saí de Portugal em busca de uma vida melhor”. “Sinto que tenho o perfil, a ambição e o conhecimento que um Presidente da República necessita e além disso quero mudar mentalidades políticas! Estou a considerar a candidatura a Presidente da República Portuguesa e preciso do vosso apoio para que esta iniciativa se torne realidade!” afirma o pré-candidato numa nota enviada ao LusoJornal. “A minha candidatura tem como um dos principais objetivos, defender os problemas dos emigrantes, que muitas vezes se sentem abandonados pelos políticos e condenados a enfrentar inúmeras dificuldades sem o devido apoio político. Quero ser a voz dos portugueses no estrangeiro, lutando pelos nossos direitos e necessidades. Também penso nos portugueses residentes, pois um dia irei regressar” diz João Carlos Veloso Gonçalves. Numa vasta lista de prioridades, o Candidato quer mais quatro Deputados pelos círculos da emigração. “Esses Deputados devem trabalhar obrigatoriamente todos juntos, para poderem acudir aos problemas dos portugueses na Diáspora, dentro e fora da Europa e levar todos os casos à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu e consultarem os Tribunais Europeus e os direitos humanos para podermos ver onde travar irregularidades. Se devemos ter mais Deputados espalhados pela Europa e Resto do Mundo, defendo menos Deputados na Assembleia da República para equilibrar”. Mas o candidato defende também “muitos mais” Conselheiros das Comunidades Portuguesas. “Dar autonomia aos Conselheiros pela Europa e obrigatoriamente haver uma lista de Conselheiros em cada país e que cada lista deva ter um Conselheiro de regiões ou cidades diferentes para poderem estar perto de todos fisicamente” afirma João Carlos Veloso Gonçalves. Mas quer também que “os Conselheiros das Comunidades Portuguesas passem a ter as mesmas regalias que os Deputados pela Europa e Fora da Europa, para se poderem manobrar e deslocar e ter uma agenda preenchida para chegarem perto dos imigrantes, coisa que os Deputados não o fazem e da forma que está a legislatura, os Conselheiros estão bloqueados e se fizerem algo fora do comum, sair-lhes-á do bolso e não é normal e assim eles não têm a competência e a liberdade de fazer o melhor pelos seus emigrantes, eles devem ter o direito para poderem ajudar a resolver os problemas dos portugueses na imigração, uma vez terem ganho as eleições com os mesmos votantes que elegeram os Deputados”. “Os Consulados e Embaixadas não dão soluções aos problemas na emigração, porque precisam de mais autonomia. Defendo um órgão dentro ou fora do Consulado para ajudar em questões jurídicas e haver advogados para defender os emigrantes contra corrupções” explica o Candidato. “Quero informar os emigrantes, porque há muita falta de clareza dos governantes, perante os emigrantes portugueses prestes a reformarem-se. O Governo deve pôr os planos em cima da mesa para os futuros reformados saberem com o que podem contar. Há também a necessidade de soluções práticas para os problemas fiscais enfrentados pela Comunidade emigrante. Quero a rigor esclarecer, como Presidente da República, sobre impostos e segurança social para os emigrantes portugueses que se preparam para a reforma em todo o mundo”. João Carlos Veloso Gonçalves quer também mais professores de português nas Comunidades e quer “repor o acordo ortográfico na língua de Camões”. Para Portugal, quer “reduzir as horas de espera nas consultas das urgência e centros médicos”, aumentar o número de cuidadores que prestam auxílio ao domicílio, aumentar os Lares da Terceira idade, mais acesso à habitação, “ajudar aqueles que não podem pagar rendas caras, encontrando soluções”, quer mais policiamento nas ruas, acabar com o imposto automóvel IUC de automóveis parados e de coleção e quer acabar com o Imposto Municipal Imóvel (IMI) e com as SCUT. “Defendo imunidade política. Não ao aborto. Sim à eutanásia, ambos com regras rigorosas e acompanhamento profissional”… João Carlos Veloso Gonçalves diz que vai exigir a criação de “um salário mínimo europeu de 1.300 euros para Portugal e Ilhas, para termos uma vida equiparada ao resto da Europa, com uma inflação justa”. João Carlos Veloso Gonçalves quer “acabar com os privilégios e mordomias dos Deputados Europeus. Ou seja, pôr fim a salários milionários de 10.000 euros por mês, mais acesso a uma subvenção mensal de cerca de 30.000 euros para ‘assistentes’ e apoios aos Deputados e, nesta poupança, dar mais autonomia aos Conselheiros das Comunidades, pessoal Consular e das Embaixadas”. A simplificação da plataforma de agendamento online para atos consulares, implementar medidas fiscais junto do Governo, “que facilitem o retorno dos emigrantes portugueses pensionistas a Portugal, sem serem sobrecarregados com taxas fiscais exorbitantes, especialmente em comparação com os que beneficiaram do regime RNH-Residente Não Habitual” são alguns outros temas de uma longa lista. O LusoJornal questionou o candidato sobre o facto das propostas apresentadas serem propostas legislativas e não da competência do Presidente da República, mas João Quelhas responde que “eu sei disso, parar é morrer. Temos de mostrar soluções. O governo também diz que não pode interferir nos outros países para defender os emigrantes e eu insisto que parar é morrer, devem dialogar com a oposição de cada país para eles pressionarem os inúmeros Governos. As ideias, têm de se pôr em cima da mesa, seja quem for que decide, para ajudar a mudar mentalidades. Deve-se debater todas as ideias na Assembleia da República e no Parlamento Europeu e nem que tenha de ser no Vaticano, entendeu?” “Eu quero ser o primeiro Presidente da República a fazer a diferença” argumentou. Apesar de afirmar que “eu não sou político, não tenho partido, as ideias são minhas e não copei nada”, João Carlos Veloso Gonçalves já foi candidato pelo partido Nós Cidadãos, à Assembleia municipal de Póvoa do Lanhoso. “Serei o vosso Presidente se vocês o entenderem. Basta que assinem os Formulários fornecidos pela Comissão Nacional de Eleições, quando eu os encaminhar para os locais apropriados. Conto contigo!” concluiu numa mensagem enviada aos emigrantes.