Portuguesa Fatoumata Diallo, residente em Paris, apurada para os Jogos Olímpicos em 400 m barreiras


Nascida na Guiné-Conacri, naturalizada portuguesa e a viver em Paris, Fatoumata Diallo terminou no oitavo lugar na final dos 400 metros barreiras dos Europeus de atletismo de Roma, na semana passada, confirmando o melhor resultado de Portugal de sempre nesta disciplina e concretizando o sonho de participar nos Jogos Olímpicos Paris2024.

Nas meias-finais, a atleta correu a distância em 54,65 segundos e bateu o recorde que pertencia há 12 anos a Vera Barbosa (55,22) e assegurou a sua estreia nos Jogos Olímpicos.

A atleta do Benfica também superou Vera Barbosa na melhor classificação portuguesa de sempre em Europeus, que tinha sido o décimo lugar da barreirista em Zurique 2014.

“Respeito e admiro muito a Vera Barbosa, a quem tirei este recorde. Ela também já queria que eu o tivesse batido. Foi muito, muito importante para mim, como foi importante conseguir a marca de qualificação para os Jogos Olímpicos. Eu estava bem no ranking, mas, assim, era isso que eu queria”, acrescentou Fatoumata Diallo.

Desde 2019, Fatoumata Diallo vive em Paris, onde encontrou no atletismo um escape para sua infância e vida difíceis. Começou no desporto escolar em 2012, quando estudava na Escola Dr. Alberto Iria, em Olhão.

Nascida na Guiné-Conacri, Fatoumata Diallo viu-se separada dos pais, que migraram para Portugal quando ela tinha cinco anos. Mudou-se para Olhão em 2012, onde conseguiu a cidadania portuguesa e continuou os seus estudos. “Foi aí que conheci o Paulo Murta, que me perguntou se queria fazer atletismo. Eu disse que sim, sempre quis fazer atletismo, já em África, em que corria muito, até porque a escola era longe”, relembra Fatoumata Diallo.

No final de 2018, devido a lesões e problemas, mudou-se com os pais para Paris, onde encontrou um novo treinador, Joel Batori, que a ajudou a alcançar novas marcas e a sonhar mais alto. É essa experiência de vida e o papel do atletismo como ‘tábua de salvação’ que agora diz querer alavancar para inspirar outras, como a inspiraram a ela, para chegar longe, até porque, repete várias vezes, se conseguiu “outros também podem”.

Embora não tenha planos de retornar a Portugal, Fatoumata Diallo está determinada a representar bem o país.