Presidenciais’21: Covid-19 e emigração fazem de Melgaço o concelho com maior abstenção

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O medo de apanhar a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e a “forte” emigração em Melgaço, concelho mais setentrional de Portugal, explicam a taxa de abstenção mais elevada nas presidenciais de domingo (78%) registada no país.

“Os cadernos eleitores de Melgaço tinham inscritos para votar 10.300 eleitores e o município tem uma população residente entre 8.500 e 9.000 pessoas. Daqui se percebe que há uma franja de eleitores que não está cá. Está fora, está no estrangeiro, e não votou porque não teve possibilidade de o fazer. É a abstenção técnica, como já referiu o Primeiro-Ministro, António Costa”, avançou à Lusa o Presidente da Câmara Municipal.

Melgaço, com 238 quilómetros quadrados distribuídos por 13 freguesias, é o concelho menos populoso do distrito de Viana do Castelo, tendo, de acordo com os Censos 2011, 9.213 habitantes.

A norte e leste Melgaço é limitado por Espanha, a sudoeste pelo município de Arcos de Valdevez e a oeste por Monção, sendo um concelho que é marcado pelo envelhecimento e desertificação, onde a Câmara ainda hoje é a principal empregadora.

Afastado dos grandes centros e ainda fundamentalmente rural, com forte aposta na produção de vinho Alvarinho, esses atributos têm sido explorados para potenciar turisticamente o concelho.

O “alerta” para o impacto da abstenção técnica já tinha sido lançado pelo autarca socialista Manoel Batista face ao “elevadíssimo nível de população emigrada”.

“Temos uma abstenção técnica brutal. Eu diria que rondará os 60 a 70%, o que carrega imenso a taxa de abstenção de Melgaço, mais do que em qualquer outro município do Alto Minho”, reforçou Manoel Batista.

A pandemia de Covid-19 foi outras das razões apontadas pelo autarca para afastar a população mais idosa das urnas. “Houve uma abstenção forte relacionada com as pessoas mais idosas que não saíram para votar. Ou porque estavam confinados ou porque temiam pela sua segurança”, especificou.

“Contrariamente ao que aconteceu em eleições anteriores, o município não promoveu campanhas de sensibilização para que as pessoas fossem votar. Deixámos essa questão ao critério de cada um por sabermos que temos uma população muito idosa que poderia correr riscos”, adiantou Manoel Batista.

 

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LusoJornal