LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga LusoJornal | António Borga Home Política PS: Metodologias de voto dominaram a reunião de José Luís Carneiro com elementos da Comunidade portuguesaCarlos Pereira·24 Setembro, 2025Política O Secretário-Geral do Partido Socialista (PS) português, José Luís Carneiro veio ontem a Paris para uma série de encontros com a diáspora portuguesa e fez um “balanço muito positivo” desta missão em que veio acompanhado por Paulo Pisco, antigo Deputado por este círculo eleitoral e agora Adjunto do Secretário-Geral para as Comunidades portuguesas. Para além do encontro com o Primeiro-Secretário do Partido Socialista francês, Olivier Faure, José Luís Carneiro e Paulo Pisco almoçaram com empresários portugueses, reuniram com militantes socialistas e dirigentes associativos, durante uma sessão pública que teve lugar na Académie du Climat, em Paris. O Secretário-Geral do PS visitou o Consulado-Geral de Portugal em Paris, na companhia da Cônsul-Geral Mónica Lisboa e jantou com o Embaixador de Portugal em França, Francisco Ribeiro Menezes. . Metodologias de voto dominaram encontro com a Comunidade “Não sou favorável ao voto eletrónico” anunciou José Luís Carneiro, embora tenha sido relançado várias vezes sobre este assunto, tanto pelo Presidente da Secção do PS Português em Paris, António Oliveira, como pela candidata socialista às últimas eleições legislativas, Emília Ribeiro, como ainda pelo Presidente do Movimento dos jovens socialistas europeus, João Martins Pereira. “A Secção do PS Paris sempre defendeu o voto eletrónico” afirmou mesmo Emília Ribeiro. “Não vos quero desiludir, mas eu fui Ministro da Administração Interna e todos os dias temos milhares de tentativas de intrusão nos nossos sistemas. Temos de ter muito cuidado” explica o Secretário-Geral do PS, que, no entanto, é favorável à eleição pela internet dos membros do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). José Luís Carneiro está consciente da necessidade de resolver os votos nulos e os correios que são devolvidos durante as eleições legislativas, no voto por correspondência. Anunciou que está a refletir numa proposta em que uma mensagem é enviada a todos os eleitores, por telemóvel ou por correio eletrónico, perguntando quem está interessado em votar. “Apenas seria enviado o boletim de voto a quem respondesse ou a quem ligasse para o Consulado a manifestar interesse em votar e, neste caso, podíamos até prescindir do envio da cópia do Cartão do cidadão” explicou. “Esta proposta ainda está em estudo” preveniu. Emília Ribeiro falou de medida “discriminatória” e não acredita que possa ser implementada! João Martins Pereira, que também é Conselheiro das Comunidades Portuguesas defende a uniformização das metodologias de voto. Mas José Luís Carneiro também recusa apoiar essa proposta. “O voto para o Presidente da República é um voto direto. É importante que o cidadão mostre um vínculo a Portugal. O facto do cidadão se deslocar à mesa de voto já prova a sua vinculação ao país”. Na sala surgiu ainda uma proposta de voto por procuração, mas José Luís Carneiro também recusou a ideia por “levantar problemas em casos de demência”. O Secretário-Geral do partido recusou, uma a uma, todas as propostas da Secção do PS Paris, e apenas aposta no aumento das mesas de voto nas eleições presidenciais. . Mais representatividade na Assembleia da República João Martins Pereira considera também que a Assembleia da República deve ter mais Deputados a representar os Portugueses residentes no estrangeiro e evocou o caso da França que tem 11 Deputados eleitos pelos Franceses do estrangeiro e 12 Senadores. José Luís Carneiro concorda, diz que “o número de Deputados poderia aumentar um pouco” e acrescentou que a prioridade seria “no círculo eleitoral Fora da Europa, porque aí, as distâncias são maiores”. Depois, explicou que não é fácil haver um consenso dos 2/3 dos Deputados do Parlamento para alterar as leis eleitorais. “Por exemplo, em 2015, apenas votaram 27.000 eleitores do estrangeiro e elegeram 4 Deputados. Em Portugal, eram necessários 25.000 votos para eleger um Deputado” ilustrou. Ainda houve quem perguntasse se não seria importante termos um Ministério das Comunidades. Também aqui José Luís Carneiro pôs de parte essa hipótese, argumentando que “se a Secretaria de Estado tiver um Secretário de Estado que se mexa, pode ter mais peso do que um Ministério”. . Perguntas foram diversas Os dirigentes associativos levantaram questões relacionadas com o investimento e com o apoio às associações dos portugueses no estrangeiro, também houve perguntas sobre o reforço do investimento no ensino da língua portuguesa. “Propomos o reforço do número de professores contratados pelo Estado português e pelo Instituto Camões, para responder aos alunos, filhos de portugueses, que querem aprender a língua portuguesa, mas também procurarmos garantir, junto das autoridades francesas, o cumprimento do acordo bilateral desenvolvido para que o Governo francês possa reforçar a oferta de língua portuguesa nos diferentes níveis de ensino no país” disse José Luís Carneiro ao LusoJornal. Também as questões fiscais foram levantadas, tanto na reunião com elementos da Comunidade, como no almoço com os empresários. “A importância de termos incentivos fiscais aos investidores que são oriundos da diáspora e que investem hoje em Portugal” disse o Secretário-Geral do PS. “Acompanhá-los em termos de incentivos fiscais e também em termos de fundos europeus destinados à valorização do património local, do património regional, à valorização de produtos locais, nomeadamente do setor do agroalimentar e, portanto, termos políticas direcionadas para fortalecer esse investimento com origem na diáspora”. O encontro com os empresários decorreu no restaurante Pedra Alta, perto dos Champs Elysées, em Paris. Estiveram presentes alguns dos empresários da Comunidade portuguesa como Mapril Batista, Mário Martins, Carlos e Antónia Gonçalves, Fernando Lopes, José Oliveira, José Correia… entre outros.