RTPi difunde este domingo um documentário de Carlos Pereira sobre as associações portuguesas de França


A RTP Internacional começa este domingo a difundir uma série de 8 documentários intitulada “O extraordinário percurso da Comunidade portuguesa de França” com realização de Carlos Pereira e produção da Aniki Media Productions, uma empresa de produção de conteúdos audiovisuais com sede na região parisiense.

O primeiro episódio vai ser difundido no domingo, dia 15 de junho, às 20h00 (hora francesa) e vai ter redifusão na quinta-feira, dia 19 de junho, à meia-noite.

Esta foi uma oportunidade para falar com o realizador desta série documental.

.

Porque decidiu fazer um episódio sobre o movimento associativo português?

Este é um assunto que eu conheço bem. Primeiro porque, praticamente desde que cheguei a França, em 1984, eu milito em associações portuguesas; segundo porque trabalhei durante 10 anos na Coordenação das coletividades portuguesas de França (CCPF) e finalmente enquanto jornalista, há 20 anos que acompanho o movimento associativo português em França. Quando se faz um documentário sobre as coisas que se conhece, é sempre mais fácil.

.

Quais as maiores dificuldades para a realização deste episódio?

A maior dificuldade foi, sem dúvida, a de selecionar apenas 8 ou 9 associações de entre as cerca de 900 associações portuguesas de França. Na verdade, eu não queria – nem seria possível – falar de todas, estava a fazer um documentário e não as páginas amarelas. Escolher apenas 8 ou 9 quer dizer que ficam de fora dezenas e até centenas de outras associações importantes. Mas considero que aquilo que se diz para estas, se aplica a muitas outras mais.

.

E qual foi a escolha?

Escolhi a associação que construiu o maior edifício em França, a ULFE de Dijon. Tem uma sede que muitas associações lhe invejam e foi o resultado de uma fusão entre duas associações. Escolhi a APCS de Pontault-Combault por organizar a maior festa portuguesa de França, já há várias décadas. Escolhi a associação Os Camponeses Minhotos, que é uma instituição em Clermont-Ferrand e que também construiu, praticamente no centro da cidade, uma sede enorme. Esta associação também organiza uma das maiores festas da cidade, a Festa de S. João, e organiza todos os anos uma eleição de Miss Portugal Régions de France. Escolhi ainda a ARCOP de Nanterre por organizar a Feira, festa e romaria de Nanterre, que é um evento importante na Comunidade portuguesa. Falo também de duas instituições de solidariedade: a Santa Casa da Misericórdia de Paris e a Academia do Bacalhau. Também entrevistei a primeira associação de jovens lusodescendentes em França, O Sol de Portugal, em Bordeaux. Pelo meio falamos de mais algumas associações e da importância do movimento Federativo português nas Comunidades. Para comentar isto tudo, temos um dos mais dinâmicos antigos presidentes da CCPF, António Garcia, a atual Presidente, Marie-Hélène Euvrard, o então Adido social do Consulado-Geral de Portugal em Paris, Miguel Costa e o então Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

.

Faltam por exemplo associações desportivas, de folclore,…

Sim, como disse, faltam muitas mais associações. Mas temos um episódio sobre desporto e eu gostava de realizar, mais tarde, um episódio sobre folclore. Até porque já produzi uma série para o então canal de televisão CLPTV sobre grupos folclóricos portugueses de França. Mas Os Camponeses Minhotos em Clermont-Ferrand são um grupo de folclore…

.

Hoje praticamente não há Federações portuguesas em França. Este assunto foi abordado no documentário?

Por acaso foi. O então Secretário de Estado Paulo Cafôfo defendeu o apoio ao movimento federativo, mas, entretanto, o Regulamento de apoio às associações portuguesas no estrangeiro foi alterado, e não favorece o apoio ao movimento federativo. Pelo menos ficou registada essa opinião.