Rúben Sousa, andebolista português de 24 anos, chegou durante o verão de 2019 ao clube francês do Sélestat (67), que atua na segunda divisão de andebol, a ProLigue. Em 13 jogos realizados, o atleta português apontou 23 golos com a equipa francesa.
Tentos importantes que permitem ao Sélestat ocupar o 8° lugar com 11 pontos, isto após um início de temporada complicado. A ProLigue, que conta com 14 equipas, é liderada pelo Limoges com 21 pontos.
O andebolista, que passou pelo FC Porto, pelo Maia/ISMAI, pelo Águas Santas e pelo Madeira SAD, abordou a sua chegada ao Campeonato francês da segunda divisão e os objetivos que tem para esta época, num momento em que a ProLigue está parada por causa do Campeonato da Europa de andebol que decorre na Noruega, na Suécia e na Áustria.
Que balanço pessoal podemos fazer até agora?
É um balanço positivo a todos os níveis. Tenho feito bons jogos e quero continuar assim até ao fim da temporada. Para este ano de 2020, volto com mais ambição e com mais objetivos!
Como surgiu a possibilidade de jogar em França?
O meu empresário apresentou-me várias propostas. Conhecia o clube, falei com o Tiago Pereira que jogou no Sélestat e com quem me dou muito bem, e seguia o Campeonato da ProLigue, então acabei por assinar pelo clube francês. Estou bastante contente. Os resultados é que não foram sempre bons, mas isso não vai impedir de continuar em frente, à procura de triunfos.
Quais foram as maiores dificuldades ao chegar a França?
Cheguei em julho de 2019 e as principais dificuldades foram em torno da língua francesa. Foi sem dúvida um grande entrave. O andebol é o mesmo, apesar de haver jogadores com mais experiência e internacionais, o que não se encontra em Portugal. O poderio económico atrai os jogadores internacionais. Estou a gostar, a nível individual está a correr bem. Tenho apenas de continuar. Agora já consigo falar com os meus colegas e assumi um papel preponderante na equipa.
E o frio em Sélestat?
Estava na Madeira onde a média das temperaturas era de 23 graus. Agora apanho com -2, -4, em Sélestat, e admito que é mais uma dificuldade.
Não foi assustador vir para a segunda divisão francesa?
Não, porque a segunda divisão francesa é melhor do que a primeira portuguesa, nem se compara. A nível de orçamentos, é algo abismal, a nível de poderio económico em França não se pode comparar com Portugal. Eu cheguei do Madeira SAD, quarto classificado em Portugal e ex-finalista da Taça europeia Challenge, onde tive uma boa experiência, mas aceitei o desafio do Sélestat, vim jogar para a segunda divisão francesa, e com a ambição de jogar na primeira divisão, a StarLigue.
Como podemos explicar os altos e baixos desta equipa?
Principalmente as lesões. Houve muitas lesões e algumas delas com paragens prolongadas. Assim não é fácil, sobretudo que somos uma equipa bastante jovem.
No último jogo de 2019, foi uma derrota perante o Pontault-Combault de João Moniz e Tiago Pereira…
Eles entraram no jogo com um forte poderio físico. Entraram forte e nós depois andámos sempre atrás do resultado. Na parte ofensiva não estivemos bem nesse jogo.
Perderam com o Pontault-Combault na Taça da Liga e no Campeonato, sente no entanto que a equipa evoluiu desde o início da época?
Tivemos o azar de ter lesões, e isso condiciona o plantel. Mas no entanto quero realçar que houve uma evolução de cada uma das equipas. A nossa equipa passou por uma má fase com três resultados negativos consecutivos. O principal é descansar durante esta paragem por causa do Campeonato da Europa e depois é seguir em frente quando o Campeonato começar novamente.
Esta paragem de quase dois meses para o Euro2020, não é muito tempo?
Para mim é ótimo, porque principalmente na parte das pernas, já estou muito cansado. Sabemos que o cansaço pode influenciar nas pequenas lesões, como lesões musculares por exemplo.
O objetivo é regressar à Seleção?
Se for chamado para representar a Seleção, claro que estou 100% disponível!
O que podemos dizer da evolução do andebol português?
O andebol tem evoluído muito em Portugal: quer o Porto, quer o Sporting, quer o Madeira SAD onde estive no ano passado. Aliás realizámos um feito histórico para a Madeira com a final europeia da Taça Challenge, nem pavilhão tínhamos para receber tanta gente. O andebol está bem e recomenda-se em Portugal.
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