Saúde: Os cuidados dos diabéticos com a visão

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A retinopatia diabética é uma complicação da diabetes e atinge cerca de 75% das pessoas com a doença. Responsável por 4,8% dos casos de cegueira no mundo. A retinopatia pode também ser hipertensiva, relativa a pressão arterial elevada que afeta a circulação. E pode ocorrer a retinopatia miópica, geralmente devido a alta miopia.

Uma complicação séria decorrente da retinopatia é o edema macular. É possível tratar nos estágios iniciais, porém, a perda de visão pode ser irreversível em demais casos.

O primeiro passo, básico e de enorme importância, consultar um oftalmologista, para examinar os seus olhos e definir a periodicidade de controlo de acordo e grau da sua retinopatia diabética, mesmo que a acuidade visual seja aparentemente boa. Detetar problemas oculares o mais cedo e iniciar o seu tratamento de imediato irá prevenir problemas mais graves no futuro. Questione o seu oftalmologista sobre a possível existência de cataratas ou glaucoma.

Se pretende engravidar em breve ou se está grávida e é diabética, consulte um oftalmologista durante os seus primeiros 3 meses de gravidez.

A retina tem uma rede de minúsculos vasos sanguíneos que são facilmente danificáveis com glicemias altas e particularmente variáveis (altas e baixas, alternantes) assim como se coexistir uma pressão arterial elevada por uns longos períodos que agravará as lesões destes vasos sanguíneos.

Manter a glicemia e a pressão arterial o mais próximo do padrão de normalidade possível é o princípio básico e essencial para evitar a Retinopatia Diabética. Logo ter um excelente controlo metabólico da glicémia é peça básica no controlo do aparecimento e/ou evolução da Retinopatia diabética, mas não esquecer também a importância de fatores agravantes como a tensão arterial, gorduras do sangue (colesterol, lipídios, triglicerídeos) assim como e no sentido inverso, benéfico, é ter uma vida saudável com prática de exercícios físicos.

Não devemos esquecer que a Retinopatia Diabética é uma das três principais causas de cegueira irreversível e o descontrolo metabólico a sua principal causa de agravamento.

O tratamento da retinopatia diabética é difícil e complexo, pois são múltiplos os fatores que intervêm para que resulte. O atraso no tratamento é a causa mais relevante para que o tratamento não seja tão eficaz. O controlo de fatores agravantes, como o controlo metabólico da glicemia, pressão arterial, perda de peso, perfil lipídico-colestrol-triglicerideos, ou função renal, é crucial para a eficácia do tratamento. No entanto, em casos mais graves, outros tipos de estratégias mais agressivas serão necessários.

A retinopatia diabética é classificada em vários graus de gravidade (de 1 a 5).

Assim, consoante o nível de complicações, maior será a complexidade da intervenção necessária. Nos estádios mais precoces, como por exemplo nos doentes sem retinopatia diabética aparente, com retinopatia diabética não proliferativa mínima (grau 1), ou em que não seja possível quantificar qualquer sinal de retinopatia diabética (grau 2), é necessária apenas vigilância periódica frequente. Nestes casos, uma gestão correta do controlo metabólico da diabetes poderá ajudar a prevenir o avanço de complicações a nível ocular.

Por outro lado, nos estádios mais avançados, como na retinopatia diabética proliferativa (grau 3), na avançada, com ou sem edema macular diabético (grau 4) ou na retinopatia diabética proliferativa avançada com hemovítreo (presença de sangue no interior do olho, no humor vítreo), descolamento de retina tracional ou edema macular diabético crónico com uma resposta ineficaz (grau 5), são necessárias intervenções mais agressivas em complexidade e invasivas.

Para estes doentes, existem 3 tipos principais de tratamento da retinopatia diabética: terapia com laser, injeção intraocular de medicamentos ou cirurgia.

Dr. Eugénio Leite

Oftalmologista

Diretor das Clínicas Leite em Lisboa e Coimbra

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